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Para acalmar mercado, Tebet e Haddad dizem que há consenso sobre cortes

Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Planejamento (Simone Tebet) - Diogo Zacarias/MF/Divulgação
Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Planejamento (Simone Tebet) Imagem: Diogo Zacarias/MF/Divulgação
Lucas Borges Teixeira e Alexandre Novais Garcia
do UOL

Do UOL, em Brasília (DF) e São Paulo (SP)

30/10/2024 11h50

Em tentativa de acalmar o nervosismo do mercado financeiro, os ministros Fenando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) vieram a público na manhã desta quarta-feira (30) dizer que já existe consenso sobre as propostas para os cortes de gastos do Orçamento a serem apresentadas em novembro.

Em meio à preocupação dos investidores com as despesas do governo Lula (PT), a Bolsa de Valores fechou na terça (29) em queda de 0,37%, aos 130.729 pontos, e o dólar avançou a R$ 5,761, maior valor desde 29 de março de 2021.

O que aconteceu

Haddad destacou que houve reunião com a Casa Civil para definição dos cortes do Orçamento. Segundo o ministro, o encontro com Rui Costa realizado ontem (29) resultou em uma "convergência importante" com a ideia da necessidade de "reforçar o arcabouço fiscal". Uma questão ainda precisa ser trabalhada juridicamente: a "ideia de fazer com que as partes não comprometam o todo, e as partes e o arcabouço tenham sustentabilidade de médio e longo prazo", disse Haddad.

As medidas têm o impacto necessário para o arcabouço ser cumprido, independentemente da dinâmica de uma rubrica específica.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Tebet falou que Lula está comprometido com as regras fiscais. "O presidente já tem noção do que precisa ser feito, já tem noção mais ou menos de valores, já tem noção de quais medidas. Nós já sabemos aquelas que nós não podemos e que nós não vamos mexer, isso tudo já está [combinado], já alinhamos a nossa lista com a lista da Fazenda, já filtramos", afirmou a ministra. Não é possível divulgar os valores porque Lula ainda precisa "bater o martelo", segundo ela.

Ministra prevê apresentação das propostas em novembro. Tebet avalia que não são todas as propostas que precisam ser aprovadas neste ano, porque o foco da equipe econômica está em 2026. "Se o Congresso falar: 'Olha, nós queremos abrir comissões, nós queremos votar em fevereiro ou em março', eu não vejo dificuldade de uma votação em março", complementou.

Nós precisamos apresentar para o país um pacote consistente, autorizado, que dê conforto obviamente por Presidente da República, deixando claro que nós não vamos tirar nenhum direito.
Simone Tebet, ministra do Planejamento

Haddad reconhece incertezas do mercado financeiro. Ao avaliar as recentes oscilações no aguardo dos cortes de gastos a serem definidos pela equipe econômica, Haddad lamentou a existência de pessoas "especulando" sobre o assunto. Segundo o ministro, a demora para a apresentação das propostas vai permitir uma redação mais elaborada, assim como aconteceu com o arcabouço fiscal.

Lidando com finanças públicas você não pode errar. Não vai acontecer nada na próxima semana. O ano já está se encerrando e a meta da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] vai ser cumprida.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

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