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Freixo: poderosos fizeram de tudo para brecar julgamento do caso Marielle

do UOL

Colaboração para o UOL

30/10/2024 19h22

O primeiro dia do julgamento dos assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, ocorre apesar do esforço de "muita gente poderosa" para barrar o avanço das investigações, afirmou o presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), em entrevista ao UOL News nesta terça-feira (30).

Freixo, que era amigo pessoal de Marielle, fez referência às investigações da Polícia Federal apontarem como mandantes do crime os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, com o apoio do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. Hoje, são julgados Ronnie Lessa e Elcio de Queiroz, que confessaram ter emboscado e atirado no carro da vereadora.

Para Freixo, o julgamento do caso é emblemático para o Estado do Rio de Janeiro.

A gente tem hoje no Rio de Janeiro um julgamento histórico, e muita gente poderosa fez de tudo para que esse dia não chegasse. Graças à luta de muita gente esse dia chegou. Hoje é o julgamento dos executores, em breve a gente terá o julgamento dos mandantes.

Há determinação de quem são os mandantes, há uma investigação importante que chegou aos mandantes, tem deputado federal, tem membro do Tribunal de Contas, tem [ex-]chefe da Polícia Civil e que era o comandante da Delegacia de Homicídios.

O crime organizado no Rio de Janeiro não é um crime fora do Estado, é um crime dentro do Estado. Então, a gente está falando de uma mudança muito profunda do poder político do Rio de Janeiro. E esse caso, que é um caso histórico, um caso emblemático, um caso com visibilidade mundial, ele é um capítulo importante para uma possibilidade de virada de uma chave mais profunda no Rio.
Marcelo Freixo

Hoje, o júri ouviu sete pessoas indicadas pelo Ministério Público e as outras duas, pela defesa de Lessa. Familiares de Marielle estiveram presentes —a viúva da vereadora, Mônica Benício, se emocionou ao falar da morte da esposa.

Freixo também relatou a dificuldade do julgamento, mas afirmou que a esperança é que a Justiça vença o "justiçamento" no Estado.

Depois de seis anos e sete meses de espera, a gente chega ao dia de hoje. É muito emocionante, muito duro reviver tudo isso, falar disso, mas a gente faz a justiça vencer o justiçamento, e eu acho que isso é um capítulo importante na história do Rio.
Marcelo Freixo

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