China e Rússia discutem crise na Ucrânia e Pequim reafirma laços fortes
(Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Rudenko, discutiram a crise da Ucrânia em conversas nesta quarta-feira e Wang reafirmou os fortes laços de Pequim com Moscou, informou o Ministério das Relações Exteriores da China.
Ambos trocaram opiniões sobre a crise, mas a declaração do ministério não revelou detalhes da discussão.
Wang reiterou as fortes relações entre a China e a Rússia, que não foram afetadas pelas "mudanças na situação internacional".
"Os dois lados devem fazer esforços conjuntos para coordenar a cooperação em vários campos e os intercâmbios em todos os níveis", disse ele, sem dar mais detalhes.
A agência russa RIA informou pela primeira vez que Rudenko estava em Pequim para a reunião.
A visita ocorre no momento em que a guerra da Rússia na Ucrânia parece ter tomado um novo rumo perigoso, com a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Coreia do Sul expressando alarme de que tropas norte-coreanas podem em breve se juntar ao lado de Moscou.
Rudenko esteve envolvido no desenvolvimento de laços russos com a Coreia do Norte depois que Moscou lançou sua invasão em grande escala na Ucrânia em fevereiro de 2022. Ele também foi membro das delegações russas nas negociações de paz com a Ucrânia no início da guerra.
Dois meses antes de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviar suas tropas para a Ucrânia, Rudenko disse que os países do espaço pós-soviético sempre estarão entre as prioridades geopolíticas da Rússia.
"Para onde quer que esses países vão, não importa como se desenvolvam, eles sempre serão uma prioridade, entre nossas prioridades geopolíticas, independentemente do contexto geopolítico", disse Rudenko, segundo a RIA, em dezembro de 2021.
"Isso faz parte de nosso antigo passado soviético comum."
(Reportagem de Lidia Kelly, em Melbourne, e Liz Lee, em Pequim)