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Assembleia Nacional avalia votar Celso Amorim como persona non grata na Venezuela

30/10/2024 15h44

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela divulgou hoje um comunicado criticando a postura do assessor especial para a presidência do Brasil, o diplomata Celso Amorim. O texto, de quatro páginas, começa com Jorge Rodríguez afirmando que Amorim "sempre pareceu mais um enviado de Jake Sullivan que do presidente Lula", em referência ao principal conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.

Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas

O presidente da Assembleia Nacional reforçou que antes das eleições de 28 de julho manteve contato telefônico com Amorim. Nestas conversas, Rodríguez disse que o brasileiro repetia com constância o nome de Jake. E reforçou: "Amorim veio em nome de Sullivan para buscar danificar o normal desenvolvimento da eleição presidencial na Venezuela".

O encarregado de negócios do Brasil na Venezuela foi convocado a comparecer na chancelaria venezuelana. A embaixadora do Brasil, Glivânia Oliveira, está de férias, por isso ela não foi convocada. O governo venezuelano também chamou Manuel Vattel, embaixador da Venezuela no Brasil, a vir a Caracas.

É esperado que a Assembleia Nacional vote para declarar Celso Amorim persona non grata na Venezuela. O assessor especial esteve na capital venezuelana durante as polêmicas eleições de 28 de julho, quando Nicolás Maduro foi declarado presidente eleito sem, no entanto, o Conselho Nacional Eleitoral ter divulgado as atas da votação.

Na ocasião, o Brasil questionou a ausência de transparência na votação. O clima entre Brasília e Caracas ficou ainda mais tenso após o Brasil vetar a entrada da Venezuela no bloco econômico dos Brics, cuja reunião aconteceu semana passada na cidade russa de Kazan.

A decisão de Jorge Rodríguez foi motivada pelo comparecimento de Celso Amorim na comissão de relações exteriores da Câmara dos Deputados para explicar a posição do Brasil em relação ao processo eleitoral venezuelano. Amorim destacou que "o princípio da transparência não foi respeitado" e que, portanto, não reconhece esse resultado nem a vitória que a oposição atribui a Edmundo González.

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