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OPINIÃO

Tales: Abstenção recorde é resultado de política insossa do centrão

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/10/2024 11h33

Os altos índices de abstenção registrados nas eleições municipais pelo Brasil refletem o desânimo dos eleitores diante do tipo de política praticada pelo centrão, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (28).

A cidade de São Paulo, por exemplo, registrou abstenção recorde no segundo turno. Ao todo, 31,4% dos eleitores paulistanos não compareceram às urnas. O percentual corresponde a quase 3 milhões de pessoas (2.940.360), número maior do que a votação de Guilherme Boulos (PSOL), que obteve 2.323.901 votos.

Foi um resultado eleitoral sem grandes surpresas. Esperava-se que o centrão fosse o vitorioso, sobretudo pelo domínio que exerceu sobre o Congresso e sobre o orçamento. As emendas orçamentárias fizeram com que os parlamentares do centrão distribuíssem dinheiro a granel para seus aliados nos estados e municípios.

Também não surpreende ninguém a abstenção. Por quê? Porque em um quadro desses, em que a população não queria esse domínio desse tipo de político e vê que ele está ocorrendo, boa parte do eleitorado se contraiu e não foi às urnas. Tivemos realmente uma abstenção recorde, que é resultado dessa política insossa feita pelo centrão. É um toma lá, dá cá em que as pessoas, na verdade, não têm paixão.

Isso também denota uma diminuição da polarização, que todos queriam. Ela é ruim, mas também traz paixão. Sem paixão, há sempre abstenção. Esse é um resultado da diminuição da polarização. Tales Faria, colunista do UOL

Tales vê Bolsonaro sair das eleições municipais com saldo negativo —não apenas pelas derrotas sofridas por candidatos apoiados por ele, mas pelo fortalecimento de outros nomes dentro da direita.

Todo mundo sabia que o Bolsonaro era um inconfiável, um traidor. Ele traiu todo mundo e perdeu apoio, surgindo novos nomes que podem se colocar contra ele. Quem são os vitoriosos? Os governadores no campo do Bolsonaro, especialmente Ronaldo Caiado [Goiás], Tarcísio de Freitas [São Paulo] e Ratinho Júnior [Paraná].

Foi uma eleição sem surpresas. Por falta de sabor, também foi uma eleição com ausência, com abstenção elevadíssima. O que precisamos ver é como refazer a política para que as pessoas voltem a se interessar sem esse radicalismo de bolha que o bolsonarismo e o Marçal, inclusive, trouxeram para o país. Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Eleição municipal mostra que rota para Planalto passa pelo centro

O predomínio dos partidos de centro-direita e de direita nas eleições municipais revela que o caminho do sucesso na disputa presidencial em 2026 obrigatoriamente passa pelo centrão, afirmou o colunista Josias de Souza.

Estamos diante de um quadro que, aparentemente, está consolidado. Nessa eleição municipal, perderam os personagens que representam os dois polos. Lula e Bolsonaro se revelaram cabos eleitorais menores do que imaginavam. Ganharam a centro-direita, com PSD e MDB, e a direita, PP e União Brasil.

Isso mostra que a rota que leva ao Palácio do Planalto em 2026 passa pelo centro. Eu até fiz um levantamento de quem perdeu e quem ganhou essa eleição. São vários os perdedores e ganhadores, mas o resumo geral é esse. Josias de Souza, colunista do UOL

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