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Para jornal Le Monde, PT 'salva a honra' com vitória em Fortaleza no segundo turno das municipais

28/10/2024 14h05

A imprensa francesa acompanhou os resultados do segundo turno das eleições municipais no Brasil e aponta uma vantagem dos representantes da política tradicional, em detrimento de candidatos de fora do sistema, a dois anos da presidencial de 2026. 

As emissoras de rádio e TV francesas avaliam a vitória dos partidos de centro e centro-direita como uma consolidação do Centrão no Brasil. Em São Paulo, a maior cidade e motor econômico do país, o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, foi reeleito com 59,3% dos votos, superando Guilherme Boulos (40,6%), do PSOL.

O jornal Le Monde destaca que o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, venceu em apenas duas das nove capitais em que disputou o segundo turno - Cuiabá e Aracaju. Somando as vitórias anteriores em Maceió e Rio Branco, o balanço final é que os candidatos com perfil mais ideológico de extrema direita, que Bolsonaro apoiou insistentemente durante a campanha, foram rejeitados pelos eleitores, relata o jornal francês, citando os exemplos de Belo Horizonte e Belém.

"Na cidade que sediará a conferência climática da ONU em 2025 (COP30), o bolsonarista Eder Mauro, um notório negacionista climático foi derrotado pelo candidato de centro-direita Igor Normando", informa Le Monde.

Em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a vitória apertada de Evandro Leitão em Fortaleza, a cidade mais populosa do Nordeste, contra o bolsonarista André Fernandes, "salva a honra do partido". "Será a única capital governada pelo PT nos próximos anos, mas a derrota é menos severa que a de 2020, quando o partido não ganhou nenhuma", destaca o jornal francês. 

A correspondente para a redação francesa da RFI, Sarah Cozzolino, ressalta que as campanhas das eleições municipais de 2024 foram marcadas por "ataques agressivos nos debates, nos palanques, ampla veiculação de fake news e até assassinatos de candidatos. Em resumo: uma das mais violentas já registradas no país", diz a jornalista.

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