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Medos e dúvidas dominam últimos dias de reflexão dos eleitores americanos

28/10/2024 09h04

Suas intenções de voto são acompanhadas por todas as pesquisas e estão no centro das estratégias dos candidatos: os eleitores dos estados-pêndulo decidirão a Presidência dos Estados Unidos no dia 5 de novembro entre Donald Trump e Kamala Harris.

Em um país dividido, confira o que dizem alguns dos votantes desses famosos estados indecisos, uma semana antes das eleições.

- Trump pela economia e apesar das dúvidas -

São as primeiras eleições para Drew Roby. Ele não sente entusiasmo, mas apoia Trump.

"Porque vejo como o país tem sido administrado nos últimos quatro anos e era melhor quando ele era presidente", destaca o estudante de Ciências da Saúde.

No entanto, este jovem de 21 anos, morador do Arizona, observa que está ciente de que escolher Trump também significa aceitar a "loucura que vem com ele".

O jovem negro está preocupado com o aumento do "ódio e do racismo" no país. E afirma que ainda está chocado com o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

"Trump diz agora que não incitou a violência, mas todos sabemos que ele o fez".

Shelley Hughes, de 64 anos, também votará em Trump, apesar de "não gostar de algumas das coisas que ele fez no passado", "ou até mesmo de sua personalidade às vezes".

Mas para esta residente da Carolina do Norte, "ele fará um trabalho melhor". E ela aprecia sua independência: "Ele não é um fantoche!".

"As coisas não mudaram nada nos últimos quatro anos. A situação piorou", diz Brenda Adams, de 53 anos.

Esta ex-democrata do Michigan, que se juntou ao lado republicano há quatro anos, vota em Trump "por causa da fronteira e da inflação".

"Espero que os preços dos alimentos, dos produtos e da gasolina comecem a se estabilizar", afirma.

- Kamala pelo direito das mulheres e o clima -

"O mais importante para mim é o direito ao aborto, por isso vou votar em Kamala", diz sem hesitar Whitney Brown, de 35 anos e moradora do Arizona.

Ela confessa que teme por suas filhas: "Tenho duas filhas, de 11 e 13 anos, e quero que, quando forem adultas, possam ter controle sobre seus próprios corpos, e que o governo não esteja na sala de exame com elas", prossegue.

Madeline Tena, de 18 anos, tem a mesma preocupação: "Os direitos das mulheres".

"Já estão tentando tirar o nosso direito ao aborto, o que mais podem nos tirar? Qual será o próximo?", acrescenta esta estudante da área da saúde.

Para esta jovem latina, que diz obter a maioria de suas notícias pelo TikTok, "no geral, Kamala parece muito melhor que Trump, que às vezes parece muito infantil".

Whitney Brown, originária da Louisiana e que se lembra bem do furacão Katrina, destaca que não se pode esquecer da questão do clima.

"A temporada de furacões só vai piorar à medida que as temperaturas subirem, porque assim funcionam os mares e os oceanos", acrescenta esta mulher negra que voltou a estudar.

"Eu realmente acho que precisamos encontrar maneiras de corrigir o que fizemos no passado".

- Para outros, dúvidas até o fim -

"Não gosto de nenhum dos candidatos que se apresentaram", diz Nadia Beekun, moradora de Nevada. "Vamos ter que escolher o candidato menos ruim, e ainda não sei quem é", acrescenta, destacando que terá que "tapar o nariz" na hora de votar.

Mas o que conta para ela e pode guiar sua escolha é a questão da fraternidade: "As pessoas precisam trabalhar juntas".

"Eu gostaria de ver mais igualdade", diz Leticia Chaparro, que vive no mesmo estado. Esta mulher de 62 anos, que trabalha em um hotel em Dyer (Nevada), lamenta as "divisões".

"Eu acho que os salários deveriam ser melhores. Quero uma vida melhor para todos, porque temo muito pelas novas gerações".

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© Agence France-Presse

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