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Josias: Eleição municipal mostra que rota para Planalto passa pelo centro

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/10/2024 11h01

O predomínio dos partidos de centro-direita e de direita nas eleições municipais revela que o caminho do sucesso na disputa presidencial em 2026 obrigatoriamente passa pelo centrão, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta segunda (28).

Levantamento realizado pelo UOL mostra que desde 2012 a esquerda sofre uma perda de espaço progressiva e gradual nas eleições municipais. Em 2024, o campo progressista (formado por esquerda e centro-esquerda) elegeu apenas três prefeitos nas capitais estaduais: João Campos (PSB) em Recife, David Almeida (Avante) em Manaus, e Evandro Leitão (PT), em Fortaleza.

Estamos diante de um quadro que, aparentemente, está consolidado. Nessa eleição municipal, perderam os personagens que representam os dois polos. Lula e Bolsonaro se revelaram cabos eleitorais menores do que imaginavam. Ganharam a centro-direita, com PSD e MDB, e a direita, PP e União Brasil.

Isso mostra que a rota que leva ao Palácio do Planalto em 2026 passa pelo centro. Josias de Souza, colunista do UOL

Para Josias, Lula e Jair Bolsonaro saíram derrotados das urnas, mas o ex-presidente tem mais motivos para se lamentar.

O conservadorismo prevaleceu nas urnas. A boa notícia é que esse conservadorismo que se fortaleceu nessa eleição municipal não se confunde com o bolsonarismo. Ao contrário; Bolsonaro foi, entre todos, talvez o maior perdedor.

No segundo turno, a maioria dos queridinhos do Bolsonaro naufragou. Ele perdeu em Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Palmas, Fortaleza, João Pessoa, Manaus, Belém e Porto Velho. Perdeu em muitas praças. Em São Paulo, até o Silas Malafaia notou a covardia do mito e o chamou de "porcaria de líder".

Lula também saiu perdendo dessa eleição. Ele mesmo nacionalizou a eleição mais importante em São Paulo, quando disse que seria uma disputa entre ele e a "figura". Bolsonaro fugiu da briga e Lula virou sócio da derrota do Boulos.

Restou a ele um consolo. Lula tem nas suas próprias mãos o seu futuro e o dos seus antagonistas. Se ele chegar a 2026 com boa saúde e bom desempenho, ele faz de 2024 apenas uma memória triste. Nessa hipótese, Lula vai aprisionar as ambições políticas de personagens como o Tarcísio de Freitas dentro do estado de São Paulo. Josias de Souza, colunista do UOL

Apesar da vitória em Fortaleza, o PT deve acender o sinal de alerta pelo desempenho nas urnas inferior ao de siglas da direita, e até mesmo do PSDB, ressaltou Josias.

Partidos de esquerda e de centro-esquerda disputavam seis capitais no segundo turno. A única vitória foi obtida pelo PT, com o Evandro Leitão lá em Fortaleza. Ela não justifica nem a explosão de fogos.

No ranking dos partidos, o PT está na nona posição. Ele ficou abaixo do moribundo PSDB. O PT conquistou 252 prefeituras e está em uma fase de recuperação, mas ficou com 22 a menos do que o PSDB. O quadro é esse, de consolidação da centro-direita e da direita. Josias de Souza, colunista do UOL

Tales: Abstenção recorde é resultado de política insossa do centrão

Os altos índices de abstenção registrados nas eleições municipais pelo Brasil refletem o desânimo dos eleitores diante do tipo de política praticada pelo centrão, disse o colunista Tales Faria. A cidade de São Paulo, por exemplo, registrou abstenção recorde no segundo turno.

Foi um resultado eleitoral sem grandes surpresas. Esperava-se que o centrão fosse o vitorioso, sobretudo pelo domínio que exerceu sobre o Congresso e sobre o orçamento. As emendas orçamentárias fizeram com que os parlamentares do Centrão distribuíssem dinheiro a granel para seus aliados nos estados e municípios.

Também não surpreende ninguém a abstenção. Por quê? Porque em um quadro desses, em que a população não queria esse domínio desse tipo de político e vê que ele está ocorrendo, boa parte do eleitorado se contraiu e não foi às urnas. Tivemos realmente uma abstenção recorde, que é resultado dessa política insossa feita pelo centrão. É um toma lá, dá cá em que as pessoas, na verdade, não têm paixão.

Isso também denota uma diminuição da polarização, que todos queriam. Ela é ruim, mas também traz paixão. Sem paixão, há sempre abstenção. Esse é um resultado da diminuição da polarização. Tales Faria, colunista do UOL

Assista ao comentário na íntegra:

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