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Israel adota lei que proíbe atividades da agência da ONU para refugiados palestinos no país

28/10/2024 16h51

O Parlamento israelense adotou nesta segunda-feira (28), por esmagadora maioria a favor, um projeto de lei que proíbe as atividades da agência da ONU para os refugiados palestinos (Unrwa) em Israel, apesar das objeções dos Estados Unidos e da ONU.

 

O texto foi aprovado por 92 dos 120 membros do Knesset, o Parlamento israelense, e 10 contra. O projeto de lei proíbe as atividades da Unrwa  em todo o país, inclusive em Jerusalém Leste, setor da cidade ocupado e anexado por Israel desde 1967.

Israel vem criticando a agência há tempos e suas relações com o organismo pioraram desde o início da guerra em Gaza. O governo israelense acusa  funcionários da Unrwa de terem participado no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.

Ao apresentar o texto antes da votação, o deputado Yuli Edelstein reafirmou que existe "uma ligação profunda entre a organização terrorista (Hamas) e a Unrwa, e Israel não pode aceitá-la".

Reações do Ocidente

O projeto provocou uma forte reação dos aliados ocidentais de Israel. "Deixamos claro ao governo israelense que estamos profundamente preocupados com esta proposta de lei (...) e instamos o governo israelense a não aprová-la", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano Matthew Miller à imprensa. 

"É profundamente lamentável que o Parlamento israelense considere acabar com as operações da Unrwa", declarou o chefe da diplomacia britânica, David Lammy, nesta segunda-feira, diante do Parlamento britânico. 

"As alegações contra os funcionários da Unrwa foram minuciosamente investigadas e não justificam o rompimento das relações", continuou ele.

O Conselho de Segurança da ONU alertou Israel em 10 de outubro contra a aprovação de uma lei que proibisse a Unrwa, um dia após um aviso semelhante emitido pelo chefe da ONU, António Guterres.

O Conselho de Segurança da ONU se reúne na segunda-feira para discutir a situação no Oriente Médio, após um pedido do Irã. O presidente egípcio propôs uma trégua de dois dias na Faixa de Gaza na noite de domingo (27) para permitir a libertação dos reféns detidos no território palestino. 

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