COP16 da Biodiversidade começa segunda semana na Colômbia com poucos compromissos assumidos
A COP16 da biodiversidade entra na segunda semana em Cali, na Colômbia nesta segunda-feira (28). Representantes de mais de 190 países tentam avançar conjuntamente, dois anos após o acordo histórico de Kunming-Montreal, para deter a destruição da diversidade biológica do planeta, incluindo insetos, mamíferos, florestas, microorganismos e outros organismos essenciais à vida humana na Terra. Embora muitos assuntos tenham sido discutidos, após uma semana de cúpula, poucos compromissos foram assumidos.
Lucile Gimberg, enviada especial da RFI a Cali
Os países que ainda não haviam feito, continuaram a informar seus compromissos nacionais para ficarem em sintonia com os objetivos assumidos coletivamente em Montreal, entre eles, proteger 30% da terra e dos oceanos ou reduzir os pesticidas. Na noite de domingo (27) foi a vez da Índia, a Namíbia e o Uruguai na sexta (25).
Quanto às discussões, foram encontrados alguns acordos sobre assuntos marginais, mas não sobre temas-chave, como os indicadores para avaliar os compromissos nacionais assumidos.
Durante a primeira semana, os negociadores dos diferentes países conversaram e ouviram mutuamente e confirmaram os pontos de tensão.
O primeiro é saber como e em que medida as empresas farmacêuticas, cosméticas ou agroalimentares pagarão por terem ganho dinheiro com a utilização de dados genéticos de plantas e animais retirados, na maioria dos casos, de países do sul.
O segundo tema de fricção é o necessário aumento do financiamento para a biodiversidade.
Chefes de Estado chegam na terça-feira
Os dois assuntos passarão agora para as mãos de ministros e de alguns chefes de Estado esperados na terça-feira (29), em Cali.
O grupo africano, em particular a República Democrática do Congo e a África do Sul, voltará a exigir um fundo dedicado à biodiversidade. Os países ricos, como os da União Europeia, garantem que o mecanismo atual, acolhido pelo Fundo Global para o Meio Ambiente, já funciona bem.
Vários países desenvolvidos devem contribuir, ainda nesta segunda-feira, para tentar atingir o objetivo de U$ 20 bilhões anuais até 2025.
O governo de Gustavo Petro tinha o objetivo de fazer da COP16 da Biodiversidade não apenas um encontro de diplomacia ambiental, mas também um evento popular.
Nesse sentido, a "COP do povo", como o governo a promove, é um sucesso. Na última semana, dezenas de milhares de pessoas passaram pelo espaço dedicado à sociedade civil, a tradicionalmente chamada "zona verde", instalada no centro da cidade.