TRE-SP confirma recebimento de ação de Boulos contra Tarcísio e Nunes
O presidente do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) confirmou que o órgão recebeu o ofício da campanha de Guilherme Boulos (PSOL) pedindo a inelegibilidade de Ricardo Nunes (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicano), após o governador sugerir que o PCC supostamente tenha orientado votos a favor do psolista.
O que aconteceu
O presidente do TRE-SP, Silmar Fernandes, afirmou que a Ação de Investigação Judicial Eleitoral impetrada pelo PSOL será analisada pelo órgão. O tema foi abordado em coletiva de imprensa na sede do órgão, no centro de São Paulo, após fechamento das urnas.
O pronunciamento do desembargador vem após a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) entrar com representação no TRE-SP contra Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A ação judicial é reação a uma fala do governador de São Paulo, que sugeriu, sem provas, que integrantes do PCC orientaram voto para o psolista.
Tarcísio pode ficar inelegível se houver procedência do pedido. Fernandes relatou que a ação tem um "rito próprio", e que depoimentos deverão ser colhidos para a análise do tribunal.
A lei estabelece que se, eventualmente, haja procedência, qualquer pessoa, seja governadora ou não, ela vá a inelegibilidade.
Silmar Fernandes, presidente do TRE-SP
O desembargador disse que tomou conhecimento do caso pela imprensa. O UOL apurou que TRE-SP não recebeu o relatório da inteligência do governo paulista, citado por Tarcísio, sobre os bilhetes orientando votos do PCC.
O pedido do PSOL
A campanha de Guilherme Boulos (PSOL) pede a inelegibilidade de Nunes e Tarcísio. A representação cita abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação por parte do governador.
O caso será analisado pelo TRE-SP. A ação impetrada pelo PSOL pede que seja apurado se houve realmente uma ação da inteligência do governo paulista sobre o "salve" do PCC pedindo votos para Boulos e Marta Suplicy (PT), sua candidata a vice.
Um "salve", no dicionário do submundo do crime, seria uma espécie de comunicado geral vindo da cúpula da organização criminosa de dentro dos presídios.
Nem se diga que o governador falou como cidadão, fora do exercício de suas funções, pois em seu discurso ele faz expressa referência a dados de inteligência a que só poderia ter acesso como governador do estado. O uso da máquina e o abuso do poder político são incontestes.
Trecho de ação da campanha de Guilherme Boulos