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Quatro candidatos de Lula são eleitos no 2º turno, contra seis de Bolsonaro

Prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota em colégio na zona sul da capital - Aloísio Maurício - 27.out.2024/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota em colégio na zona sul da capital Imagem: Aloísio Maurício - 27.out.2024/Fotoarena/Estadão Conteúdo
do UOL

Do UOL, em Brasília

27/10/2024 19h04Atualizada em 27/10/2024 19h06

Neste segundo turno, candidatos apoiados pelo presidente Lula (PT) foram eleitos para a prefeitura de quatro capitais, enquanto os ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganharam em seis.

O que aconteceu

Os nomes de Lula reúnem em especial apoios "novos". Após derrotas do PT ou de aliados, o presidente passou a apoiar publicamente candidatos da frente ampla que compõe o governo contra bolsonaristas, como em Belém e em Belo Horizonte.

Bolsonaro também angariou novos candidatos, mas deixou de lado um vitorioso. Em Curitiba, o PL está na coligação do prefeito eleito, Eduardo Pimentel (PSD), mas, irritado pela pouca exposição do seu nome, o ex-presidente passou a pedir votos para a jornalista Cristina Graeml (PMB) na reta final do primeiro turno. Ela acabou derrotada.

Como em Curitiba, em outras duas capitais houve derrota do candidato de Bolsonaro, sem necessariamente haver vitória de Lula. Em Goiânia e Manaus, os nomes do PL, apoiados pelo ex-presidente, perderam a eleição, mas, nos dois casos, os vencedores são candidatos de direita, do campo de oposição a Lula.

Bolsonaro já tinha levado a melhor na primeira etapa. Considerando apoios formais, o ex-presidente viu cinco candidatos vitoriosos, contra dois de Lula no primeiro turno.

Vitórias lulistas

Fortaleza foi a capital mais disputada do país. Com uma diferença de menos de seis pontos percentuais para André Fernandes (PL) sobre Evandro Leitão (PT), os dois passaram todo o segundo turno empatados tecnicamente nas pesquisas. Leitão levou a melhor, vencendo com 50,38% dos votos. Isso mostra a força do ex-governador e ministro Camilo Santana (PT), do governador Elmano de Freitas (PT) e de Lula, que foi presencialmente à cidade duas vezes pedir voto para o deputado estadual.

Belo Horizonte foi um dos apoios herdados de Lula. Com a derrota do deputado Rogério Correia (PT), Lula anunciou apoio à reeleição de Fuad Noman (PSD) no dia seguinte ao primeiro turno. O presidente já defendia uma aliança com o prefeito desde o início, num acordo que deve levar à candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao governo de Minas Gerais, mas o PT decidiu lançar nome próprio. Noman derrotou o deputado estadual bolsonarista Bruno Engler (PL) por XXXX%.

Em Belém, também. Originalmente, o PT apoiou a reeleição de Edmilson Rodrigues (PSOL), derrotado já no primeiro turno, mas Lula sempre defendeu uma aliança com o MDB do governador Helder Barbalho, que lançou o deputado estadual Igor Normando. O presidente não só declarou apoio como se encontrou com Normando na capital paraense. Neste domingo, ele obteve 56,36% dos votos e derrotou o deputado bolsonarista Éder Mauro (PL).

O PT também passou a apoiar a reeleição de Cícero Lucena (PP) em João Pessoa, depois que o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT) ficou no primeiro turno —em especial porque foi contra o ex-ministro bolsonarista Marcelo Queiroga (PL). Apoiado pelo governador João Azevêdo (PSB), próximo ao governo, ele foi reeleito com 63,91%.

Vitórias bolsonaristas

Em São Paulo, Bolsonaro finalmente entrou na campanha do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB). Depois de um primeiro turno sumido, com leves acenos ao ex-coach Pablo Marçal (PRTB), o ex-presidente participou de agendas com o emedebista. Na outra ponta, Lula participou de menos eventos com o deputado Guilherme Boulos (PSOL), a quem mais se dedicou no primeiro turno.

O prefeito Sebastião Melo (MDB) também foi reeleito em Porto Alegre. Endossado pelo PL, ele derrotou a deputada Maria do Rosário (PT), com mais de 60% dos votos. A campanha da capital gaúcha não teve a presença forte de nenhum dos dois padrinhos. Lula chegou a vislumbrar ir à cidade para a reinauguração do Aeroporto Salgado Filho, mas desistiu. Bolsonaro também não foi peça fundamental na campanha de Melo.

O deputado Abílio Brunini (PL) derrotou o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) em Cuiabá. O petista foi a grande surpresa do partido para este segundo turno, dado perfil conservador da capital mato-grossense, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou com folga em 2022. No segundo turno, o bolsonarista ficou com 53,8%.

Em Campo Grande, Bolsonaro passou a apoiar a reeleição de Adriane Lopes (PP). Nome bancado pela sua ex-ministra Teresa Cristina, o ex-presidente esteve inicialmente, mesmo que de forma tímida, com o deputado Beto Pereira (PSDB), do governador Eduardo Riedel (PSDB), que acabou em terceiro. A petista Camila Jara ficou em quarto e, embora tenha combatido a prefeita, o partido não se manifestou. Lopes foi reeleita com 51,45%.

Outra vitória de Bolsonaro, mesmo sem ele estar muito presente, foi em Natal —em especial por ser uma derrota de Lula. O deputado Paulinho Freire (União), nome do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e do PL, teve 55,34% dos votos e derrotou a deputada Natália Bonavides (PT). Ela teve o apoio da popular governadora Fátima Bezerra (PT) e, no segundo turno, presença de Lula em um grande comício. Não adiantou.

Em Aracaju, a vereadora Emília Corrêa (PL) foi eleita com 57,46% dos votos. Líder nas pesquisas, ela já havia passado em primeiro lugar, mas viu o ex-secretário municipal Luiz Roberto (PDT), apoiado pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), crescer nos últimos dias. O pedetista ganhou apoio do PT, com a derrota de Candisse Carvalho (PT) no primeiro turno.

Derrotas bolsonaristas

Depois de uma escalada no primeiro turno, Bolsonaro perdeu em Goiânia. O apoio do ex-presidente catapultou o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL), que substituiu o deputado Gustavo Gayer (PL), do quarto lugar das pesquisas para o primeiro lugar na urna, deixando para trás a deputada Adriana Accorsi (PT). Neste domingo, ele sofreu uma virada do ex-deputado Sandro Mabel (União), bancado pelo governador Ronaldo Caiado (União). Embora tenha contado com a maioria dos votos petistas, não se pode dizer que o empresário tenha tido o apoio de Lula.

Em Manaus foi semelhante. Com dois candidatos à direita, Bolsonaro estava do lado do deputado Capitão Alberto Neto (PL), derrotado pelo prefeito David Almeida (Avante), e Lula acabou do lado de ninguém. Almeida, reeleito com 54,59% dos votos, chegou a apoiar o ex-presidente em 2022, mas tem se afastado do bolsonarismo e se aproximado a nomes ligados ao governo, como o senador Omar Aziz (PSD-AM), o que fez com que o PL lançasse candidato.

A ex-deputada Mariana Carvalho (União), nome de Bolsonaro, foi desidratando em Porto Velho. Em uma campanha com fotos de Bolsonaro nas redes sociais e apoio do atual prefeito, Hildon Chaves (União) e do governador Marcos Rocha (União), as pesquisas indicavam vitória em primeiro turno. Passou com 19 pontos de diferença, mas ainda em clima de derrota. No segundo turno, levou a virada o ex-deputado Léo Moraes (Podemos).

Em Palmas, a deputada estadual Janad Valcari (PL) foi derrotada pelo ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Foi a primeira vez em que a capital tocantinense teve segundo turno.

Em Curitiba, o ex-presidente sofreu uma derrota em termos. Originalmente, o vice-prefeito Eduardo Pimentel, eleito hoje, era o nome de Bolsonaro para a capital paranaense. Apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Júnior (PSD), ele escondeu este apoio durante o primeiro turno, o que fez com que o ex-presidente puxasse votos para Cristina Graeml, levando-a ao segundo turno. Não foi o bastante para hoje: Pimentel foi eleito com 57,64% dos votos.

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