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'Perdemos a eleição, mas recuperamos a dignidade da esquerda', diz Boulos

Boulos (PSOL) fez último discurso de campanha na Prefeitura de São Paulo ao lado de Marta Suplicy (PT) - Reprodução/Guilherme Boulos no YouTube
Boulos (PSOL) fez último discurso de campanha na Prefeitura de São Paulo ao lado de Marta Suplicy (PT) Imagem: Reprodução/Guilherme Boulos no YouTube
do UOL

Do UOL, em São Paulo

27/10/2024 19h30

Derrotado nas urnas por Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) acompanhou a apuração e discursou na Casa de Portugal, que fica na Liberdade, centro de São Paulo.

O que aconteceu

"Eu não vou fazer aqui um discurso de perdedor", disse Boulos em discurso que marcou o fim do segundo. "A gente perdeu uma eleição, mas nessa campanha a gente recuperou a dignidade da esquerda brasileira." O candidato agradeceu a Marta Suplicy (PT), sua vice, que esteve ao seu lado durante o discurso e aos paulistanos que votaram nele.

Sem apresentar provas, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que o PCC orientou familiares e apoiadores a votar em Boulos. "Houve a interceptação de conversas e orientações que eram emanadas de presídios, por parte de uma facção criminosa, orientando determinadas pessoas, de determinadas áreas, a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de inteligência, houve essa interceptação e isso não vai ter influência nenhuma na eleição", disse o governador após votar na manhã de domingo (27).

Questionado sobre quem seria esse candidato, Tarcísio citou o nome de Boulos. O candidato do PSOL acionou a Justiça Eleitoral e pediu a inelegibilidade do governador e da chapa de Nunes.

Assim que ficou sabendo, Boulos afirmou que a fala de Tarcísio foi motivada por "medo da virada". O secretário do Ministério da Justiça, Mário Luiz Sarrubbo, disse que nenhum órgão de inteligência identificou ação do PCC.

Guilherme Boulos (PSOL) acreditou na virada de votos até o último dia de campanha. O deputado federal estava acompanhado da sua esposa, Natalia Szermeta e das filhas, Sofia e Laura durante a contagem dos votos. Marta Suplicy (PT) e apoiadores do parlamentar também estavam no local.

Disputa foi acirrada no primeiro turno

Boulos chegou ao segundo turno com 29,07% dos votos (equivalente a 1.776.127). Ricardo Nunes teve 29,48% (1.801.139). O prefeito herdou a maior parte dos votos do ex-coach, Pablo Marçal, que teve 28,14% (1.719.274).

Na primeira sondagem do Datafolha, Boulos liderava numericamente a pesquisa. No dia 29 de maio, o candidato aparecia com 24% dos votos, enquanto Ricardo Nunes (MDB) tinha 23% das intenções de voto - em todo o primeiro turno eles se mantiveram tecnicamente empatados, na margem de erro.

Pesquisas indicam que as intenções de voto em Nunes aumentaram a partir de setembro. O psolista tinha 23% das intenções de voto no dia 5 de setembro, enquanto Nunes tinha 22%. No Datafolha seguinte, publicado em 12 de setembro, Nunes tinha 27%, enquanto Boulos tinha 25% das intenções de voto.

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