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Candidato do PL de Cuiabá esgota próprio tempo e foge de debate com petista

do UOL

Do UOL, em Cuiabá

26/10/2024 00h53Atualizada em 26/10/2024 01h36

Depois de dois blocos com troca de xingamentos e ironias, o debate da Globo nesta sexta (25) para prefeito em Cuiabá foi inviabilizado. O candidato do PL, Abílio Brunini, passou a usar seu tempo todo de uma vez e impediu a discussão como rival, Lúdio Cabral (PT).

O que aconteceu

Abílio adotou a estratégia a partir do terceiro bloco. Ele tinha oito minutos e meio e usou tudo de uma vez elencando propostas em diversas áreas. Terminou dizendo "vote 22", olhou para Lúdio e ironizou soltando um "boa sorte com seu tempo". Na sequência, foi para bancada tomar Coca-Cola.

O petista chamou o rival de covarde. Lúdio acrescentou que ele fugia do debate e demonstrava não ter maturidade para ser prefeito de Cuiabá. O argumento da falta de preparo é usado contra o candidato do PL durante toda a campanha.

O bloco seguinte, o penúltimo, teve a mesma dinâmica. Abílio gastou seus cinco minutos de uma vez. Novamente o monólogo terminou com a frase usa "boa sorte com seu tempo". Na saída do estúdio, disse que agiu desta forma porque o rival estava interessado em brigar.

Lúdio repetiu o argumento da falta de equilíbrio. Ele declarou que o formato foi criado justamente para estimular a troca de ideias. Na entrevista depois do debate acrescentou que o adversário percebeu estar sendo derrotado nos argumentos e preferiu fugir.

Nos dois primeiros blocos percebi que ele estava conduzindo para briga. Chegou um momento, falei: 'Eu não vim brigar'.
Abílio Brunini

O Abílio é criador de confusão, mas fugiu. Foi covarde. Ficou sentado no corner.
Lúdio Cabral

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Proibido de usar adesivo com seu número no debate, Abílio escreveu 22 a caneta na camisa
Imagem: Felipe Pereira/UOL

Mediadora de mãos atadas

A situação era atípica, mas Abílio jogava dentro das regras. O UOL apurou que a organização do debate da afiliada da Globo em Mato Grosso não pôde intervir porque o candidato não fazia nada contra o que foi acordado. Cada um podia administrar o tempo como desejasse.

Fanfarrão desde o princípio. Abílio foi jocoso desde antes de o debate começar. Avisando que não podia entrar com o adesivo com seu número, pegou uma caneta e escreveu 22 na camisa. Uma produtora afirmou que fez isso por "molecagem", já que foi avisado que o número não apareceria na imagem.

Abílio também fez uma postagem tomando uma garrafa de 2 litros de Coca-Cola antes do debate. Nos intervalos do programa, ele tomava mais refrigerante e falava que bebia três litros por dia.

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Na saída do debate, Lúdio chamou Abílio de covarde e despreparado
Imagem: Felipe Pereira/UOL

Começo com xingamentos

Abílio e Lúdio trocaram xingamentos enquanto houve debate. Nos dois primeiros blocos, eles usaram voz mansa para dizer coisas duras. Ambos se trataram por termos como "covarde", "omisso", "mentiroso" e "bobo da corte".

Logo na primeira intervenção, Lúdio disse que o adversário é inexperiente, criador de confusão e ruim de diálogo. Finalizou dizendo que concorria contra um político que se apresenta como "bobo da corte" da Câmara dos Deputados.

Abílio afirmou que o adversário estava armado para briga. Com voz calma, pregou apaziguamento numa tentativa de vincular o rival à agressividade. "Não precisa me agredir."

Lúdio não recuou e o embate virou a tônica do debate. Mas sempre os candidatos usando voz mansa para destilar ironias e ataques. Ambos estavam preocupados em afastar a rejeição que costuma ser associada a quem ataca.

Levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta sexta aponta Abílio com 48,3% das intenções de votos e Lúdio, com 43,1%. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

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