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Beyoncé discursa a favor de Kamala Harris e defende direito ao aborto no Texas

26/10/2024 12h30

A candidata democrata Kamala Harris e seu rival Donald Trump realizaram comícios no Texas na sexta-feira (25). O Estado tradicionalmente conservador não deve apresentar nenhuma surpresa e votar em peso no líder republicano. No entanto, a vice-presidente atrai os holofotes com o apoio da popular estrela da música americana.

 

Com informações do correspondente da RFI em Miami, David Thomson, e agências

A participação de Beyoncé no palco do comício de Harris em Houston emocionou os cerca de 22 mil espectadores. Aplaudida em sua cidade natal, a diva pop não cantou, mas pronunciou palavras em apoio à candidata democrata.

"Não estou aqui como celebridade ou personalidade política. Estou aqui como mãe", afirmou Beyoncé. A artista também se disse "profundamente preocupada" com o mundo em que suas filhas e as crianças vivem, "um mundo onde ainda temos liberdade de controlar nossos corpos".

Em cerca de quatro minutos, "Queen B" realizou um discurso feminista e engajado, denunciando os ataques aos direitos das mulheres e especialmente ao direito ao aborto em cerca de 20 Estados americanos, entre eles, o Texas. Desde 2022, a Suprema Corte do país revogou o decreto nacional que permitia que as americanas interrompessem gestações indesejadas, delegando a legalidade da medida aos Estados.

"Imaginem nossas filhas crescerem, verem o que é possível, sem limitações. Imaginem as nossas avós. Imaginem o que elas sentem neste momento, elas que viveram para vermos esse dia histórico", disse a cantora, fazendo um apelo em prol do voto para que Kamala Harris se torne a primeira presidente mulher dos Estados Unidos. 

O Estado do sul dos Estados Unidos tradicionalmente republicano é uma aposta pouco ortodoxa para os candidatos, que em tese deveriam se concentrar nos sete estados-pêndulo que devem decidir a corrida à Casa Branca. Mas tanto a vice-presidente como Trump decidiram marcar presença no local para ratificar seus posicionamentos.

O Texas é o "marco zero na luta pela liberdade reprodutiva porque é o local de uma das proibições ao aborto mais restritivas do nosso país", denunciou Kamala. "Mais de 20 estados proíbem o aborto por causa de Trump. Uma em cada três mulheres americanas vive num Estado onde Trump proibiu o aborto, como o Texas", reiterou a vice-presidente, em referência à indicação de juízes conservadores à Suprema Corte pelo republicano durante seu mandato, que suscitou no cancelamento do direito à interrupção voluntária das gestações em nível nacional.

Trump volta a atacar imigração

Um pouco antes do discurso de Beyoncé, Trump também realizou um comício no Estado natal da cantora. A exemplo dos últimos dias, o republicano não poupou críticas à sua rival: "Kamala está no Texas para aparecer com celebridades 'woke'. Mas ela não se reunirá com nenhuma das vítimas de crimes cometidos por migrantes", disse. 

Para Trump, o Texas também é um local de preocupação, mas de outro tipo. "Estamos aqui hoje, neste grande Estado, que sob Kamala Harris, se tornou o marco zero para a maior invasão de fronteira da história do mundo", disse na cidade de Austin.

O republicano voltou a acusar sua adversária de "importar gangues de migrantes". Trump ainda afirmou, pelo segundo dia consecutivo, que os Estados Unidos são "uma lata de lixo para que o resto do mundo jogue as pessoas que não quer". O magnata ainda prometeu acabar com esta situação, caso vença as eleições, com "a maior operação de deportação da história dos Estados Unidos".

Comícios em Michigan e Nova York

A dez dias das eleições, o sábado de Kamala Harris e Donald Trump será marcado por comícios de ambos em um Estado chave na corrida: o Michigan. A democrata contará com um apoio de peso, o ex-presidente Barack Obama. No domingo (27), o líder republicano promete realizar um discurso histórico em Madison Square Garden, em Nova York.

As pesquisas de intenção de voto continuam a mostrar uma disputa extremamente apertada entre os dois candidatos. Um levantamento realizado durante a semana pelo jornal The New York Times mostrou que ambos contam com 48% da preferência do eleitorado. Já uma sondagem realizada pelo instituto Marist Poll mostrou que Trump lidera em quatro Estados-pêndulo: Pensilvânia, Wisconsin, Carolina do Norte e Arizona. 

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