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Ataque de Israel ao Irã preocupa países da região e europeus, que temem agravamento do conflito

26/10/2024 10h11

Os bombardeios israelenses contra instalações de produção de mísseis no Irã, na madrugada deste sábado (26), preocupam os países da região e a comunidade internacional. Segundo Israel, o ataque foi uma resposta ao lançamento de mísseis iranianos contra o seu território em 1° de outubro.

Teerã condenou os bombardeios e afirmou que tem o direito e o dever de se defender contra "os atos de agressão de estrangeiros", de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores. O texto cita o artigo 51 da Carta das Nações Unidas. Ele prevê que "é legítimo aos Estados recorrerem ao uso da força quando são alvos de um ataque armado".

A Arábia Saudita também condenou os ataques israelenses e fez um alerta sobre o risco do agravamento do conflito na região, onde Israel está em guerra em Gaza e no Líbano.

"O Reino da Arábia Saudita condena" os ataques israelenses no Irã e reitera a sua " posição de rejeição à escalada do conflito na região, que ameaça a segurança e a estabilidade dos países e povos" do Oriente Médio, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em uma mensagem publicada na rede social X.

Os Emirados Árabes Unidos se declararam "profundamente preocupados com as consequências para a segurança e estabilidade regionais".

Já o Catar denunciou uma "violação 'flagrante' da soberania do Irã", segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país. Doha pediu a "todas as partes envolvidas moderação e o fim das divergências através do diálogo e de forma pacífica".

O Paquistão, que é um importante aliado regional dos Estados Unidos e tem fronteira com o Irã, atribuiu "toda a responsabilidade da escalada e da extensão do conflito" a Israel. 

O governo iraquiano alertou para as "consequências perigosas do silêncio da comunidade internacional" diante do "comportamento brutal" de Israel com os palestinos, e de seus ataques no Líbano e na Síria, lamentou o porta-voz do governo iraquiano, Basim Alawadi. O representante do Iraque acusou Israel de continuar "expandindo o conflito na região" com os ataques.

A Síria afirmou que apoia "o direito legítimo de defesa do Irã" e o Ministério das Relações Exteriores expressou "solidariedade" ao país, afirmando que apoia "o direito legítimo do Irã de se defender e proteger seu território e a vida de seus habitantes".

Reações na Europa 

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o "Irã não deve responder" aos bombardeios israelenses. "Está claro que Israel tem o direito de se defender contra a agressão iraniana e está claro também que devemos evitar uma nova escalada regional. Peço a todas as partes moderação", disse.

 A França fez um apelo para que os dois países "se abstenham de qualquer ação que possa agravar o contexto de extrema tensão que prevalece na região", segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também alertou Teerã no sábado contra qualquer "escalada" após os ataques israelenses em território iraniano.  "Minha mensagem para o Irã é clara: as reações não devem continuar. Isso deve parar agora para que se abra a possibilidade de obter uma solução pacífica no Oriente Médio", disse Scholz em uma mensagem postada no X.

Para alcançar a paz no Oriente Médio, Scholz pediu "um cessar-fogo em Gaza" geral e a "libertação dos reféns israelenses" mantidos pelo Hamas. O mesmo vale para o Líbano", disse ele, enfatizando a necessidade de implementar a resolução 1701 da ONU.     

A resolução, que encerrou a guerra anterior entre Israel e o Hezbollah em 2006, estipula que apenas as forças de paz e o Exército libanês devem ser enviados para o sul do Líbano, que faz fronteira com Israel. "Estamos esperando que o Hezbollah se retire para trás do rio Litani, para obter uma evolução pacífica", acrescentou o chanceler alemão.

"Parem de provocar o Irã", diz Rússia

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia também reagiu ao bombardeio israelense. "Estamos profundamente preocupados com a escalada entre Israel e a República Islâmica, que representa ameaças reais à estabilidade e segurança da região", disse em um comunicado a porta-voz Maria Zakharova, cujo país é historicamente próximo de Israel, mas está fortalecendo os laços com o Irã.    

"Pedimos a todas as partes envolvidas que acabem com a violência e evitem um cenário catastrófico", acrescentou. "Devemos parar de provocar o Irã e sair deste círculo vicioso de retaliações", sublinhou Zakharova.  

(Com informações da AFP)

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