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Partido opositor venezuelano denuncia assassinato de militante detido

Leopoldo López, opositor de Nicolas Maduro, foi encontrado morto Imagem: REUTERS

25/10/2024 16h04

O partido opositor venezuelano Vontade Popular (VP) denunciou nesta sexta-feira (25) o assassinato de um dos seus militantes, que estava sob custódia policial. O caso foi classificado por uma organização de defesa dos direitos humanos como "possível execução extrajudicial".

"O Vontade Popular denuncia, de forma responsável e com profundo pesar, ao país e à comunidade internacional, o assassinato de Edwin Santos pelas mãos do regime de Maduro", informou em comunicado a legenda, uma das principais da coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD), fundada pelo dirigente exilado Leopoldo López. 

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"Ele foi assassinado após ter sido sequestrado por membros dos órgãos de segurança do Estado", acrescenta o comunicado. Segundo o VP, Santos estava detido na sede da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) na localidade de Guasdualito (estado de Apure).

A líder opositora María Corina Machado exigiu "que se aplique a justiça internacional perante os crimes contra a humanidade que aumentam na Venezuela. Edwin foi sequestrado na última quarta-feira, quando ia para casa, segundo testemunhas, por agentes de segurança do regime", disse María Corina, que vive na clandestinidade.

A prisão não havia sido confirmada por autoridades, enquanto a organização reportava um "desaparecimento forçado" desde 23 de outubro.

A ONG de defesa dos direitos humanos Provea alertou na rede social X que se trata de "uma possível execução extrajudicial" e exigiu uma "investigação urgente". Segundo o VP, o corpo foi encontrado em uma ponte.

"Nos últimos meses, ele se manteve lutando por sua comunidade, denunciando a situação de colapso da ponte que liga Apure a Táchira. Foi nessa mesma ponte que ele foi encontrado sem vida na manhã de hoje", ressalta o comunicado. 

"Sua mulher já reconheceu o corpo, mas não temos detalhes. Extraoficialmente, informaram que há cinco [marcas de] disparos, embora não tenhamos conseguido confirmá-lo", disse à AFP a dirigente Adriana Pichardo. 

Leopoldo López publicou na rede social X uma foto do corpo no meio do mato. "Foi torturado até ser assassinado", afirmou. "Não descansaremos até que haja JUSTIÇA." O partido VP considerou o fato um "sinal claro" de "retaliação". 

Edmundo González Urrutia, adversário de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, que denuncia uma fraude no pleito, pediu uma investigação sobre a morte do opositor. "Estou muito atento à investigação desse caso (...) A Venezuela quer e precisa da verdade", declarou nas redes sociais o ex-candidato à Presidência, exilado na Espanha.

Santos foi membro do comando de campanha de González Urrutia e María Corina, principal rosto das manifestações opositoras.

Em 2018, o partido opositor Primeiro Justiça (PJ) denunciou o assassinato de seu militante Fernando Albán, também sob custódia.

Após as eleições presidenciais, nas quais Maduro foi proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para um terceiro mandato (2025-2031) em meio a denúncias de fraude, a oposição e especialistas das Nações Unidas denunciaram uma "onda de perseguição" contra ativistas.

Cerca de 160 dirigentes e membros de partidos políticos estão detidos, acusados de planejarem derrubar Maduro, e 22 deles pertencem ao Vontade Popular, segundo a oposição. 

ba/erc/cjc/mvv/jb/rpr/lb/jb-lb

© Agence France-Presse

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