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'Era um herói', diz filho de homem baleado na cabeça em operação no Rio

Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas durante a operação da PM no Complexo de Israel, no Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

25/10/2024 16h34Atualizada em 25/10/2024 16h49

O filho de Renato Oliveira, morto após ser baleado na cabeça durante uma operação da PM no Rio de Janeiro na quinta-feira (24), definiu o pai como um "herói". A família foi ao IML nesta sexta-feira (25) para liberar o corpo.

O que aconteceu

"Ele foi um herói, um pai presente. Fazia o máximo possível para não deixar falta nada para gente", disse Renan Alves ao RJ1, da TV Globo. "Ele não tinha condições financeiras, mas ele tinha força de vontade e o amor de ajudar o próximo", acrescentou.

Renan cobrou justiça pelo pai. "Eu vou fazer o meu papel de filho, quero justiça. Não tem por que ter uma operação daquele tipo no horário de trabalho", disse.

A irmã de Geneilson Eustáquio Ribeiro, que também morreu durante a operação, lamentou a rotina de violência no Rio. "A gente fica aguardando a vez na fila para ser a próxima vítima. Você sai de casa para trabalhar, tem que sair e voltar orando, pedindo a Deus porque, se bobear, você não volta", afirmou, sem se identificar.

Operação no Complexo de Israel

Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas durante a operação da PM no Complexo de Israel, no Rio de Janeiro.

Paulo Roberto de Souza, 60, foi baleado na cabeça quando estava em um ônibus da linha 493 (Central x Ponto Chic). O veículo trafegava na Avenida Brasil, sob fogo cruzado, quando uma bala atravessou uma das janelas e atingiu o homem.

O segundo morto foi Renato Oliveira, 48, que também estava no ônibus da linha 493. Ele foi levado ao Hospital Federal de Bonsucesso após ser baleado, mas não resistiu.

O terceiro foi Geneilson Eustaque Ribeiro, 49. Ele também foi baleado na cabeça. Primeiramente foi levado ao Hospital Municipal Dr Moacyr e, em estado gravíssimo, foi transferido ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde morreu após passar por uma cirurgia no crânio.

Outros três ficaram feridos. Alayde dos Santos Mendes, 24, deu entrada em Duque de Caxias com perfuração na coxa, mas já recebeu alta. Um deles foi ferido no antebraço e já recebeu alta, enquanto o outro foi internado no Hospital Federal do Bonsucesso após ser atingido na região dos glúteos, segundo o Ministério da Saúde.

Quem são as vítimas

Paulo Roberto era motorista de aplicativo e morador de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ele tinha uma rotina dedicada ao trabalho e à família. Com uma trajetória marcada pelo esforço, Paulo Roberto era casado, pai de dois filhos e avô de um menino. No momento do tiroteio, Paulo levava um passageiro quando foi atingido por uma bala que atravessou o vidro traseiro de seu carro, ferindo-o fatalmente na cabeça.

Geneilson era caminhoneiro e saiu de casa em Xerém, também na Baixada Fluminense, de manhã, após um último beijo na esposa, Rejane Alves. Conhecido pelo sorriso e pela disposição alegre, Geneilson trabalhava para sustentar sua família, composta por uma filha e um filho, segundo apuração de O Globo. No trajeto pela Avenida Brasil, foi surpreendido pelo confronto e baleado na cabeça enquanto dirigia seu caminhão.

Renato estava a bordo de um ônibus da linha 493 (Central x Ponto Chic) quando foi atingido na cabeça durante o tiroteio. Natural do Rio de Janeiro, Renato era funcionário de um frigorífico e pegava ônibus regularmente para se deslocar pela cidade.

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