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Tiroteio deixa Rio em estágio amarelo de segurança: o que isso significa?

do UOL

Giovanna Arruda

Colaboração para o UOL

24/10/2024 14h36

Duas pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas durante uma operação da Polícia Militar no Complexo de Israel, no Rio, na manhã desta quinta-feira (24). Como resultado da operação, a cidade entrou em estágio 2 de segurança às 8h35 e, às 11h15, retornou ao estágio 1, conforme informações divulgadas pelo Centro de Operações Rio (COR).

Abaixo, entenda os estágios operacionais aplicados pelo COR no Rio e o impacto de cada um deles na vida da população carioca.

O que são os estágios do COR?

O Centro de Operações Rio, centro de inteligência e monitoramento da capital do Rio de Janeiro, conta com cinco estágios de segurança. Eles são acionados conforme a necessidade e após avaliação de diferentes autoridades locais, que analisam eventuais impactos na região causados, por exemplo, por eventos climáticos, como chuvas, e por episódios de conflitos armados como o confronto visto na manhã desta quinta-feira.

Os estágios são:

Estágio 1: verde

Estágio de maior normalidade, em que não há ocorrências que provoquem alteração significativa na rotina da cidade e dos moradores.

Neste estágio, não há fatores de risco de curto prazo identificados pelas autoridades. Segundo o COR, o estágio 1 apresenta pouco ou nenhum impacto no trânsito e nas operações de infraestrutura e logística do Rio de Janeiro.

Estágio 2: amarelo

É acionado quando há risco de ocorrência de alto impacto na cidade, devido a "um evento previsto ou a partir da análise de dados provenientes de especialistas", segundo o COR. No estágio 2, há ocorrência com elevado potencial de agravamento em algum ponto da cidade.

A partir do estágio 2, os cidadãos devem se manter informados sobre a situação atual, seja via redes sociais oficiais, aplicativo ou portal do COR.

Estágio 3: laranja

Nesta etapa, uma ou mais ocorrências estão impactando a cidade e, segundo o COR, "há certeza de que haverá ocorrência de alto impacto, no curto prazo".

No estágio 3, pelo menos uma região da cidade está impactada pelo evento identificado, causando reflexos relevantes na infraestrutura e na logística urbana. A rotina da população, ou de parte dela, já é afetada diretamente quando a cidade atinge o estágio 3.

Estágio 4: vermelho

Pelo menos uma ocorrência grave impacta a cidade. O estágio 4 pode ser acionado também quando há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões da cidade.

Segundo o COR, no estágio 4 os "múltiplos danos e impactos causados começam a extrapolar a capacidade de resposta imediata das equipes" envolvidas. Neste estágio, a rotina da população é afetada de forma severa.

Estágio 5: roxo

O estágio 5 é uma forma ainda mais grave da situação identificada no estágio 4. No estágio mais crítico, os riscos causados pelos eventos "extrapolam de forma relevante" a capacidade de resposta das autoridades, e os reflexos na infraestrutura e na logística urbana são severos.

O que aconteceu

A Polícia Militar realizou uma operação nas comunidades da Cidade Alta, Pica-Pau e Cinco Bocas. A ação foi feita pelo 16º BPM e a motivação não foi informada.

O tiroteio teria começado após traficantes reagirem à presença policial. A operação fez com que a Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, fosse interditada. O Rio Ônibus afirmou que 35 linhas de ônibus foram afetadas, sendo que todas as linhas que têm como destino o centro da cidade foram prejudicadas.

As pessoas que morreram durante a operação estavam em um ônibus da linha 493. Paulo Roberto de Souza, 60, foi baleado na cabeça enquanto o veículo trafegava na Avenida Brasil sob fogo cruzado. Souza não resistiu ao ferimento e chegou morto ao Hospital Municipal Dr Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias (RJ), informou a prefeitura. Renato Oliveira, 48, que também estava no ônibus da linha 493 (Central x Ponto Chic) foi levado ao Hospital Federal de Bonsucesso após ser baleado e também não resistiu.

Durante o tiroteio intenso, pessoas precisaram se refugiar na mureta divisória da Avenida Brasil. Imagens mostram a população abaixada. Motoristas ficaram presos no engarrafamento e acidentes de trânsito foram registrados.

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