China lança campanha de regulação na internet para 'controlar uso irregular' da linguagem online
A Administração do Ciberespaço da China (CAC) publicou recentemente um aviso, em colaboração com o Ministério da Educação, para lançar uma campanha especial intitulada "esclarecer e regular o uso da língua online". A campanha afirma desejar combater o uso irregular e inadequado da língua nacional na internet, além de promover um ecossistema educacional positivo para menores.
Clea Broadhurst, correspondente da RFI em Pequim
A campanha incentiva o uso correto do mandarim e limita a difusão de dialetos e gírias na internet, considerados "prejudiciais às normas linguísticas". Seu objetivo, segundo o governo chinês, é reduzir o uso de trocadilhos e expressões criativas frequentemente empregados para contornar a censura.
Por exemplo, a "ditadura" é chamada de "centralismo democrático", as reduções de orçamento são descritas como "econômicas e eficazes", o desemprego é apresentado como "emprego flexível", e as crises políticas são vistas como "mudanças exploratórias".
Evitar assuntos "delicados"
A regulamentação chinesa busca principalmente bloquear a difusão de termos politicamente sensíveis, relacionados a críticas ao governo, ao negacionismo histórico ou temas delicados como Taiwan, Hong Kong e direitos humanos.
A campanha também foca nos jovens, que tendem a usar gírias online, algo que o governo considera uma ameaça à identidade cultural e aos valores tradicionais chineses. O objetivo é criar um ambiente na internet mais "positivo" e "saudável".
Plataformas como WeChat, Weibo e Douyin devem monitorar e filtrar o conteúdo para garantir o cumprimento dessas regras linguísticas, e as autoridades são convidadas a se concentrar na eliminação de informações com linguagem considerada irregular e incivilizada, além de aplicar rigorosamente as tarefas de retificação.