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Bolsa oscila e dólar sobe nesta quinta

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

24/10/2024 10h19Atualizada em 24/10/2024 14h09

A Bolsa de Valores de São Paulo opera nesta quinta-feira (24) oscilando bastante. Por volta de 14h, o Ibovespa estava quase estável, com alta de 0,04%, indo a 129.280 pontos.

O dólar tinha alta de 0,32%, indo a R$ 5,711. O dólar turismo ia a R$ 5,92.

Com queda nesta semana de 0,97%, segundo a Economatica, o Ibovespa não tinha muitos fatores que ajudassem o índice a reverter as perdas acumuladas desde segunda-feira (21). A única força que pode levar o Ibovespa a subir — ou não cair tanto — são as ações da Vale (VALE3). Investidores à espera de um bom balanço - que será divulgado nesta quinta depois do fechamento do mercado - saem às compras.

O que está acontecendo?

A Bolsa de Valores só tinha notícias ruins para repercutir nesta quinta. Mesmo assim há investidores confiantes de que a mineradora Vale vai apresentar bons números. Por isso, a ação que tem peso de 11,32% no Ibovespa, chegou a subir e ao meio-dia fez o índice ir ao positivo.

No momento, porém, a ação estava quase estável, em baixa de 0,01%, a R$ 59,34 no momento. "A Vale está mostrando que está sendo gerida de forma eficiente e a produção de minério de ferro da companhia teve um aumento recorde, com o maior volume desde 2018", diz Rafael Lage, analista da CM Capital.

Apesar do resultado da companhia estar sendo impactado pela queda nos preços do minério de ferro, há melhora operacional, diz ele. O analista cita, por exemplo, a redução nos custos de transporte do minério, da mina até o porto, dentre outros fatores. "Dessa forma, consideramos as ações como atrativas e recomendamos a compra; apesar de reconhecermos que as ações da VALE3 não são as melhores opções de compra no momento na Bolsa no momento", afirma. O preço alvo é de R$ 76 em 12 meses.

E o que derruba o Ibovespa?

O primeiro motivo é a prévia da inflação. O dado oficial saltou 0,54% em outubro, ante alta de 0,13% em setembro, mostram dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As expectativas sinalizavam para uma alta de 0,5%.

A desvalorização do real diante de uma economia americana mais forte que o esperado é um dos fatores que elevou a inflação aqui. É o que diz Antônio Ricciardi, da GO Associados. O dólar subindo eleva os preços aqui. E, segundo ele, fatores como a são no Oriente Médio (que tende a aumentar o preço do petróleo) só colocam mais fogo na fogueira do câmbio.

Empregos nos EUA

O segundo fator são os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caíram para 227 mil na semana. O total de desempregados segurados subiu para 1,897 milhão na semana encerrada em 12 de outubro. É o maior nível desde novembro de 2021. "Esses indicadores reforçam o cenário de que a economia dos Estados Unidos continua em um ritmo mais forte que o desejado", diz André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

Isso colabora para que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) faça cortes mais leves nos juros. "Um corte mais gradual nos juros americanos provavelmente contribuirá para manter o dólar em patamares elevados em comparação com os níveis observados algumas semanas atrás", diz Galhardo.

FMI e risco fiscal

O terceiro motivo é a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que o Brasil só deva ter superávit primário a partir de 2027. O peso da dívida pública no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve saltar mais de 10 pontos porcentuais durante o governo Lula 3, segundo as projeções.

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