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Israel continua com bombardeios na Faixa de Gaza e no Líbano, além de incursões na Cisjordânia

23/10/2024 05h48

Após confirmar na véspera a morte de Hachem Safieddine, apontado como o sucessor de Hassan Nasrallah na liderança do Hezbollah, Israel continuou nesta quarta-feira (23) com os bombardeios no Líbano e em Gaza. Por sua vez, o movimento xiita libanês reivindicou ter lançado vários foguetes, principalmente em direção a Tel-Aviv, enquanto a Resistência Islâmica no Iraque declarou, em dois comunicados, ter atacado a cidade portuária israelense de Eilat.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, chegou a Israel na terça-feira (22), em sua décima primeira viagem ao Oriente Médio, prevista para durar até 25 de outubro. Ele se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na terça-feira (22), com a leve esperança de obter um cessar-fogo no Oriente Médio. Blinken deve visitar vários países árabes da região.

O exército israelense confirmou na terça o assassinato de Hachem Safieddine, considerado o candidato mais provável para substituir Hassan Nasrallah na liderança do Hezbollah. Em uma declaração publicada na rede social X, o exército israelense informou que ele foi morto em um ataque em Beirute há cerca de três semanas.

Também na terça-feira, os Estados Unidos anunciaram que "o FBI está investigando a suposta divulgação de documentos confidenciais" sobre os planos israelenses contra o Irã. Na semana anterior, documentos contendo análises de imagens de satélite feitas por agências federais americanas foram divulgados no Telegram, detalhando os planos de retaliação de Israel contra os mísseis lançados pelo Irã no início de outubro.

Milhares de mortos e deslocados no Líbano

Pelo menos 1.552 pessoas foram mortas no Líbano desde que Israel intensificou seus bombardeios em todo o país em 23 de setembro, de acordo com uma contagem feita na terça-feira pela AFP com base em dados oficiais. Em meados de outubro, a ONU contava quase 700 mil deslocados. O Ministério da Saúde libanês relatou no domingo 2.464 mortos no país e pelo menos 11.530 feridos desde outubro de 2023.

A ofensiva israelense em Gaza causou a morte de pelo menos 42.603 palestinos, em sua maioria civis, especialmente mulheres e crianças, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza. Oficialmente sob a direção do governo do Hamas, as informações deste ministério são consideradas confiáveis e são utilizadas, por exemplo, pela ONU em seus relatórios.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu na quarta-feira que Israel evite "uma maior escalada" em sua resposta ao ataque de mísseis iranianos contra o território israelense em 1º de outubro. O chefe da diplomacia americana está em visita a Israel como parte de sua 11ª turnê pelo Oriente Médio.

"É muito importante que Israel responda de uma maneira que não crie uma escalada maior", disse Blinken ao sair de Tel Aviv para a Arábia Saudita, parte de sua agenda regional.

Ataques 

O Hezbollah libanês afirmou ter disparado uma salva de foguetes nesta quarta-feira em direção a uma base de inteligência militar israelense perto de Tel Aviv, "em resposta aos massacres do inimigo".

Essa base de Glilot já foi alvo várias vezes pelo Hezbollah. A aviação israelense, por sua vez, realizou uma série de ataques noturnos no sul de Beirute, bastião da formação pró-iraniana.

O exército israelense realizou várias incursões e prisões na Cisjordânia ocupada nas últimas horas, segundo relatou a emissora de TV Al Jazeera. Três palestinos foram presos na cidade de Qalqilya. A cidade de Halhul, ao norte de Hebron, foi invadida.

Um homem foi preso na aldeia de al-Issawiya, a leste de Jerusalém ocupada. As cidades de el-Bireh e Jericó também foram invadidas. As forças israelenses tomaram o leste de Nablus e se posicionaram ao redor do local sagrado do Túmulo de José, enquanto a chegada de colonos israelenses nessa localidade havia sido anunciada.

O exército israelense ordenou na quarta-feira a saída dos moradores de alguns bairros de Tiro, no sul do Líbano, antes de uma operação militar contra o Hezbollah. O exército pede que eles se desloquem para o norte do país.

"Vocês devem se afastar imediatamente da área", anunciou em árabe no X o porta-voz do exército israelense, Avichay Adraee, em uma mensagem acompanhada de um mapa de parte da cidade. "Qualquer pessoa que estiver perto de membros do Hezbollah, de suas instalações e meios de combate está colocando sua vida em perigo", acrescentou ele.

Segundo o exército israelense, sirenes soaram na manhã de terça-feira no centro e norte de Israel, especialmente em Tel Aviv e Haifa.

Nos últimos dias, Israel foi alvo de muitos ataques de foguetes e drones, a maioria dos quais foi interceptada por seu sistema de defesa antiaérea Domo de Ferro. Em resposta, o Estado hebreu realizou mais de 300 bombardeios no Líbano e em Gaza.

Arábia Saudita e Irã planejam exercícios militares conjuntos

A agência de notícias francesa AFP informa que o Irã e a Arábia Saudita planejam organizar exercícios militares conjuntos no Mar Vermelho, segundo um relatório iraniano não confirmado por Riad. "A Arábia Saudita pediu para organizarmos exercícios conjuntos no Mar Vermelho", disse o comandante da marinha iraniana, almirante Shahram Irani, citado pela agência de notícias iraniana ISNA.

"A coordenação está em andamento e as delegações dos dois países terão as consultas necessárias sobre como realizar o exercício", acrescentou, sem fornecer detalhes ou cronograma. A Arábia Saudita ainda não confirmou se realizará exercícios militares conjuntos com o Irã.

(com agências)

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