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Coronel: Treinamento de CAC de atirador no RS ampliou resistência à polícia

do UOL

Colaboração para o UOL

23/10/2024 13h11

O treinamento obtido pelo atirador de Novo Hamburgo (RS) enquanto CAC influenciou na resistência dele à polícia, disse José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da PM-SP e ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, em entrevista ao UOL News nesta quarta-feira (23).

Edson Crippa, de 45 anos, matou três pessoas e feriu outras nove em um ataque a tiros na casa dos pais na noite de terça-feira (22) em Novo Hamburgo, a 47 quilômetros de Porto Alegre. Um cerco policial foi armado contra ele e durou cerca de 9 horas. Ele foi encontrado morto hoje.

Crippa tinha registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e tinha quatro armas em seu nome, apesar do histórico psiquiátrico: o secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, afirmou que Edson foi internado quatro vezes por problemas com esquizofrenia.

Para o coronel, o ataque é um demonstrativo de como questões psiquiátricas como as de Edson Crippa, em união com a disseminação de armas promovida pelo aumento dos CAC's nos últimos anos, podem dar "oportunidades" para a violência armada.

Esse indivíduo, ao que consta, tinha duas pistolas, uma carabina calibre 12 de alta potência e mais um rifle calibre 22, além de treinamento. Esse tipo de treinamento, naturalmente, amplia muito mais a capacidade de resistência desse tipo de pessoa perturbada.

A proliferação de armas cria oportunidades, como é o caso. Há estudos comparativos da violência mortal entre Inglaterra e EUA em que os crimes comuns são similares, mas a violência letal é muito mais intensa nos EUA justamente pelas oportunidades das armas. Quando se comparam até cidades similares, como Vancouver [no Canadá] e Seattle [nos EUA], a diferença é muito grande na quantidade de crimes letais, homicídios, disputas e brigas pela disponibilidade de armas.

As armas precisam de controle. Nós criamos facilidades para grupos de CACs, que não tem a menor relevância social para o país. Abrimos essa possibilidade criando clubes de tiro. Tínhamos proliferação de armas na década de 80 até 2000, e isso foi estancado com a lei de 2003, justamente para controle. Esses controles demandam não só o perfil de pessoas que podem ter acesso a armas, mas também o perfil para um porte de armas. Há um conjunto muito grande de normas que deveriam ser mais eficientes do que temos hoje.

Tales: Bolsonaro veio disposto a mostrar que cobrará fatura de Nunes

Mais cedo, o colunista Tales Faria analisou que Jair Bolsonaro deixou claro que seu apoio terá um custo elevado, o que pode trazer futuros problemas ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Bolsonaro veio disposto a cobrar a fatura, como mostraram as várias falas dele ontem. E ele dará problema para Nunes. [...] Depois, Bolsonaro disse que é o candidato em 2026, apontando para Nunes e falando que vai querer o apoio dele. E também constrangeu Tarcísio, que Nunes havia apontado como o grande nome do país no momento. E disse mais: que fará sugestões a Nunes durante o governo. Ele está constrangendo e avisando que cobrará a fatura de uma coisa que ele não fez. Ele não apoiou Nunes; quem fez isso foi Tarcísio.
Tales Faria

Assista à íntegra do comentário:

Josias: Discurso de Lula no Brics lança fritura à distância de Maduro

Para Josias de Souza, Lula reforçou o questionamento ao governo de Nicolás Maduro e possíveis entraves à entrada da Venezuela no bloco econômico em seu discurso por vídeo na cúpula do Brics.

Ele fritou o Nicolás Maduro sem tocar nele. Terceirizou ao profissionalismo do Itamaraty o manuseio da frigideira e deixou bem passada aquela pretensão da Venezuela de se integrar ao Brics. Esse era, ao meu juízo, o principal desafio do Brasil nessa reunião. E, a despeito do veto informal que foi imposto ao Maduro, a palavra democracia não aparece no discurso do Lula. Nem poderia; hoje, o bloco está apinhado de ditaduras.
Josias de Souza

Veja a íntegra da análise:

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