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Comércio exterior da América Latina e do Caribe se recuperará neste ano e registrará superávit, diz Cepal

23/10/2024 12h26

Por Fabián Andrés Cambrero

SANTIAGO (Reuters) - O comércio de bens e serviços da América Latina registrou maior dinamismo anual no primeiro semestre do ano, o que levará a região a se recuperar neste ano do fraco resultado obtido em 2023, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Cepal.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe informou que o aumento anual do valor das remessas na primeira parte do ano superou as importações, com aumentos de 5% e 1%, respectivamente. As exportações de serviços aumentaram mais do que as exportações de mercadorias (11% e 4%).

Para todo o ano de 2024, "o valor das exportações de bens da região crescerá 4%, como resultado de uma expansão de 5% no volume e uma queda de 1% nos preços", disse a agência em seu relatório.

"Esse bom desempenho se deve principalmente a um aumento nas quantidades exportadas de petróleo, soja e outras commodities, enquanto as exportações de produtos manufaturados continuam atrasadas e perdem peso no próprio mercado da região diante da crescente concorrência da Ásia", acrescentou.

O valor das exportações regionais de serviços crescerá a taxas de dois dígitos (12%) pelo quarto ano consecutivo em 2024, afirmou.

Enquanto isso, espera-se que o valor das importações cresça 2% neste ano.

O melhor desempenho das remessas de bens e serviços em comparação com as importações produzirá um superávit comercial regional neste ano de mais de 36 bilhões de dólares, em comparação com um déficit de 26 bilhões de dólares em 2023.

O documento detalhou que o valor das remessas das duas maiores economias da região, Brasil e México, cresceria 3% e 2%, respectivamente.

No Caribe, o volume exportado subirá 24%, impulsionado pelo aumento notável no volume de remessas da Guiana (74%) e do Suriname (12%), de acordo com a Cepal. Na América do Sul, destacam-se os aumentos no volume de exportações de produtos agrícolas, como soja, milho e trigo.

Enquanto isso, o aumento no valor das remessas do México e da América Central -- geralmente mais intensos em manufatura -- está abaixo da média regional, com ligeiros aumentos em volume e preço.

A Cepal projeta que os maiores aumentos no valor das exportações em 2024 ocorrerão na Guiana (77%), Venezuela (38%), Argentina (21%) e Suriname (18%).

A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que, no período de janeiro a agosto deste ano, o índice de preços das principais commodities exportadas pela região caiu 2,1% em relação ao ano anterior.

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