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De passagem por Israel, Blinken pede um cessar-fogo, mas bombardeios continuam no Líbano

22/10/2024 16h33

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, esteve nesta terça-feira (22) em Israel, em uma nova tentativa de conter a escalada militar na região. O chefe da diplomacia americana disse que a morte de Yahya Sinwar, líder do Hamas, deve ser vista como uma oportunidade para um cessar-fogo. Apesar dos pedidos, novos bombardeios visando o Hezbollah, aliado do movimento radical islâmico, foram registrados no Líbano.

Blinken, que está fazendo sua 11ª visita ao Oriente Médio desde o início da guerra em Gaza, "enfatizou a necessidade de capitalizar" a morte de Yahya Sinwar, "assegurando a libertação de todos os reféns e encerrando o conflito em Gaza", de acordo com o Departamento de Estado norte-americano. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu a seu interlocutor que a morte de Sinwar "poderia ter um efeito positivo no retorno dos reféns" mantidos em Gaza.

Sinwar, considerado o mentor do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra, foi morto em 16 de outubro por soldados israelenses. Sua morte foi um duro golpe para o Hamas, que Israel prometeu destruir.

Blinken também tenta impedir uma escalada militar entre Israel e o Irã, que apoia o Hamas e o Hezbollah, após o ataque de mísseis iranianos a Israel em 1º de outubro. De acordo com o gabinete de Netanyahu, os dois líderes discutiram na terça-feira a "necessidade" de seus dois países "unirem forças" contra "a ameaça iraniana".

A reunião, ainda segundo fontes israelenses, também se concentrou no "tipo de governo" que poderia ser estabelecido após a guerra em Gaza, onde o Hamas assumiu o poder em 2007.

Após sua passagem por Israel, Antony Blinken viaja para a Arábia Saudita na quarta-feira (23). Segundo fontes norte-americanas, o objetivo é discutir as relações entre Riad e Israel, outro ponto sensível na região.

As discussões diplomáticas, no entanto, não surtiram nenhum efeito imediato. Nesta terça-feira, enquanto Blinken e Netanyahu discutiam, o Exército israelense anunciou que atacou várias instalações militares do Hezbollah, incluindo uma importante base naval em Beirute, ao mesmo tempo que o movimento islamista reivindicou o lançamento de foguetes contra o território de Israel e um ataque contra um tanque israelense no sul do Líbano.

Analistas não acreditam em mudanças na estratégia israelense até a definição da eleição de 5 de novembro nos Estados Unidos. Netanyahu já demonstrou em várias ocasiões que não tem interesse num acordo de paz com os palestinos. Especialistas no Oriente Médio ressaltam ainda que a tensão criada com o Irã serve de pretexto para desviar a atenção da questão palestina e manter Israel em estado de guerra permanente, para evitar que Netanyahu venha a ser condenado pela Justiça israelense em dezembro. 

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