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Bolsonaro vai a São Paulo para almoço com Ricardo Nunes, podcast e culto

Bolsonaro discursa em ato de 7 de setembro na Paulista - Reprodução/Silas Malafaia Oficial/YouTube
Bolsonaro discursa em ato de 7 de setembro na Paulista Imagem: Reprodução/Silas Malafaia Oficial/YouTube
do UOL

Do UOL, em São Paulo

22/10/2024 05h30

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vem a São Paulo nesta terça-feira (22) para gravar um podcast, ir a um culto em uma igreja evangélica e almoçar com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, e outras autoridades.

O que aconteceu

Governador e presidente nacional do MDB também participam do almoço. Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Baleia Rossi (MDB) estarão com Nunes e Bolsonaro no evento, marcado para as 12h30 em churrascaria no Morumbi, na zona oeste. O almoço será a primeira agenda pública do prefeito com o ex-presidente desde o 7 de setembro na avenida Paulista.

À tarde, Bolsonaro grava podcast. Classificado como produto "interno" por uma pessoa próxima ao ex-presidente, o podcast está sendo produzido para "ser impulsionado nos últimos dias de campanha". Segundo Raquel Landim, colunista do UOL, a gravação incluirá registros em vídeo nos quais Bolsonaro e Nunes conversarão sobre segurança, liberdade econômica e outros temas..

À noite, o ex-presidente irá a um culto da igreja Sara Nossa Terra, perto do aeroporto de Congonhas. Uma fonte próxima a Bolsonaro confirmou que ele participará de um ato com o bispo Robson Rodovalho, líder da denominação. Rodovalho foi deputado federal pelo então PFL (incorporado ao União Brasil) entre 2007 e 2010.

Não há previsão de que Bolsonaro grave para a propaganda de TV de Nunes. Desde o começo da campanha, existe a expectativa de que o ex-presidente registre em vídeo seu apoio à candidatura do prefeito —o que ainda não aconteceu. No primeiro turno, ele fez vídeos pedindo votos para candidatos do PL, mas não para Nunes.

Até agora, participação de Bolsonaro na campanha de Nunes se deu essencialmente de forma remota. Ex-presidente e prefeito se falaram por videochamada no último dia 18, durante caminhada em Pinheiros. Dois dias antes do primeiro turno, Bolsonaro disse que emedebista era o único capaz de "derrotar a extrema esquerda" em São Paulo.

Além de São Paulo, ex-presidente irá a Santos na quarta-feira (23). Lá, Bolsonaro apoia Rosana Valle (PL), que enfrenta Rogério Santos (Republicanos) no segundo turno.

Discrição na reta final

Estratégia de Nunes no segundo turno é de reagir a ataques de Guilherme Boulos (PSOL). Resumida sob o lema "bateu, levou" pelo marqueteiro Duda Lima, a tática foi adotada em episódios como o apagão do último dia 11 —quando Nunes atribuiu a responsabilidade do problema ao governo federal, do presidente Lula (PT).

Boulos tem dito que o apagão tem "um pai e uma mãe". Suas falas responsabilizam Nunes, por não ter cuidado da poda de árvores, e a Enel, por não oferecer o suporte adequado após a falha no sistema elétrico. O candidato explora o tema nas redes sociais e no horário eleitoral de TV.

"Apagões prejudicam Nunes", diz especialista. Professor do Departamento de Ciência Política da USP, Sergio Simoni Jr. afirma que as consequências da situação indispõem a população com o prefeito. Nessas condições, ele acredita que Boulos tende a "aumentar a ênfase na responsabilidade" de Nunes.

A expectativa é que Nunes e Boulos participem de debate da TV Globo, na sexta-feira (25). Os candidatos participaram dos confrontos promovidos pela Band, no dia 14, e pela Record, no sábado (19). Encontros marcados por UOL, Folha e RedeTV na quinta-feira (17) e pelo SBT na sexta (18) não aconteceram porque o atual prefeito não foi.

Caso Nunes desista do debate da TV Globo, a emissora deve fazer uma entrevista de 25 minutos com Boulos. O psolista diz que fará encontros abertos ao público para debater a cidade nos casos de cancelamento dos confrontos. Na última sexta-feira (18), a campanha fez um debate ao ar livre, mas recebeu apenas perguntas de apoiadores, sem críticas.

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