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Bolsa cai e dólar sobe com chances de Trump ganhar nos EUA

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

22/10/2024 10h17Atualizada em 22/10/2024 11h08

A Bolsa de Valores de São Paulo trabalha nesta terça-feira (22) em baixa de 0,84%, com o Ibovespa perdendo os 130 mil pontos, chegando a 129.260, por volta das 11h.

O dólar estava sendo negociado em alta de 0,14%, indo a R$ 5,698. O dólar turismo ia a R$ 5,91. A perspectiva de que Donald Trump possa vencer a eleição nos Estados Unidos vem fazendo a moeda americana subir em todo o mundo. Aqui, a cotacao só não dispara por conta de um forte movimento de venda, para embolsar a alta dos últimos dias. O medo que isso causa nos investidores também os afasta de Bolsas emergentes, como a brasileira.

O que está acontecendo?

As pesquisas nos EUA vêm assustando o mercado. A vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump estariam empatados, segundo levantamento do Washington Post/Schar School. No estado da Geórgia Kamala está na frente por 51% a 47%. Mas no Arizona Trump venceria por 49% a 46%, ambos os resultados dentro da margem de erro de mais ou menos 4,5 pontos percentuais.

O problema é que os juros poderão voltar a subir com Trump. E isso faz o dólar subir. Trump prega um crescimento mais robusto da economia no curto prazo, com mais tarifas de importação sobre os produtos estrangeiros — o que levaria a um impulsionamento da inflação americana. Consequentemente, haveria taxas de juros mais elevadas.

A possível vitória de Trump aumenta a aversão ao risco, diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas. "Isso acontece devido a possíveis tarifas sobre importações e cortes de impostos corporativos, favorecendo a alta do dólar. Os rendimentos dos Treasuries (Tesouro Americano) subiram ontem", afirma ele.

Isso fez o índice dólar (DXY) — que mede a variação da divisa contra várias outras moedas — superar ontem os 104 pontos pela primeira vez desde agosto. No fim do dia, o DXY fechou em um patamar um pouco mais baixo, em 103,982 pontos (+0,47%). Mas hoje já esta novamente em 104.

Arrecadação

O governo federal arrecadou R$ 203,2 bilhões com impostos e contribuições no mês de setembro, segundo dados apresentados nesta terça-feira (22) pela Receita Federal. O valor é o maior de toda a série histórica, iniciada em 1994, para o mês. A arrecadação com impostos e contribuições superou pela primeira vez a marca de R$ 200 bilhões no mês em 30 anos. Na comparação com o desempenho registrado no mesmo mês do no passado (R$ 174,3 bilhões), o novo recorde representa uma alta nominal de 16,5%. No acumulado do ano, arrecadação supera R$ 1,924 trilhão.

Temporada de balanços

Começa nesta terça-feira a temporada de balanços brasileira do terceiro trimestre. A Neoenergia (NEOE3) é a primeira, depois do fechamento do mercado.

A expectativa é de resultados positivos, como aconteceu com os números do segundo trimestre. O Itaú BBA prevê crescimento no lucro líquido de 12,9% ano a ano e de 6,6% em relação ao segundo trimestre. Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) devem avançar 7,2% na base anual, menos que os 18% de crescimento registrados entre abril, maio e junho deste ano.

Petróleo

Depois de subir ontem, o combustível continua em alta nesta terça-feira. A cotação estava em alta de aproximadamente 0,50%.

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