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Policial londrino julgado pela morte de jovem negro em 2022 é absolvido

21/10/2024 13h36

A Justiça britânica absolveu, nesta segunda-feira (21), um policial acusado do assassinato de um jovem negro em 2022 em Londres, um caso que reacendeu o debate sobre o racismo nas forças de ordem pública.

Após três horas de deliberações, o júri do Tribunal de Old Bailey, no centro de Londres, decidiu a favor da absolvição de Martyn Blake, de 40 anos, acusado de matar Chris Kaba, de 24, com um tiro na cabeça. 

Em 5 de setembro de 2022, Kaba foi atingido por uma bala que atravessou a janela dianteira do carro que dirigia, em uma rua residencial no sul de Londres. 

Kaba foi seguido por um carro da polícia e outro veículo da força de segurança bloqueou o seu caminho. O jovem morreu em um hospital algumas horas depois.

A polícia afirmou que a placa do veículo que ele dirigia, que não lhe pertencia, foi detectada por uma câmera indicando que estava relacionada a um incidente com arma de fogo ocorrido em dias anteriores. 

Centenas de pessoas protestaram poucos dias depois do incidente em frente à sede da polícia londrina, denunciando que o jovem não teria sido baleado se não fosse negro.

Para a acusação, o policial exagerou em suas declarações sobre a ameaça que representava para seus colegas e mirou na cabeça da vítima, duas acusações que o agente sempre negou.

O advogado de defesa do policial, Patrick Gibbs, insistiu em que seu cliente não era "um robô" e que ele "agiu da melhor maneira possível". 

A família de Chris Kaba, presente no tribunal, não reagiu de imediato, mas depois declarou em um comunicado que está "devastada" e prometeu continuar lutando por "justiça".

"Nos roubaram Chris e essa decisão mostra que sua vida, e a de muitos outros como ele, não importa para o sistema", disse, afirmando que sentia "a profunda dor da injustiça".

O delegado da Polícia Metropolitana de Londres, Mark Rowley, afirmou após a decisão que Blake enfrentou um "enorme sacrifício pessoal e profissional" desde o episódio. 

Rowley acrescentou que o agente tomou "uma decisão em uma fração de segundo sobre o que ele acreditava que precisava ser feito para proteger seus colegas e Londres". 

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© Agence France-Presse

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