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EUA quer acabar com a guerra entre Israel e Hezbollah 'o mais rápido possível'

21/10/2024 10h53

Os Estados Unidos declararam, nesta segunda-feira (21), que querem que a guerra entre Israel e o Hezbollah termine "o mais rápido possível" e exigiram que seja implementada uma resolução da ONU que forçaria o grupo armado a se retirar do sul do Líbano. 

O enviado dos EUA, Amos Hochstein, manteve negociações na capital do Líbano com o presidente do Parlamento, aliado do Hezbollah, Nabih Berri, em um esforço para acabar com uma guerra que deixou mais de 1.470 mortos no Líbano em quase um mês. 

Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde libanês reportou seis mortos, incluindo uma criança, em um bombardeio israelense na cidade de Baalbek, no leste, além da morte de quatro socorristas nas últimas 24 horas no sul do país. 

"Vincular o futuro do Líbano a outros conflitos na região não era e não é do interesse do povo libanês", disse Hochstein, referindo-se à exigência do Hezbollah de que qualquer cessar-fogo no Líbano esteja vinculado ao fim da guerra na Faixa de Gaza.

Hochstein também afirmou que a Resolução 1701 da ONU, que acabou com a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006, deve ser a base para um novo cessar-fogo.

No entanto, "ninguém fez nada para implementá-la", por isso que acatá-la "não é o suficiente" e as partes em conflito terão que aceitar novos compromissos, acrescentou. 

De acordo com a Resolução 1701, apenas o Exército libanês e a força de manutenção da paz da ONU, a Unifil, podem ser destacados para áreas ao sul do rio libanês Litani, perto da fronteira israelense.

Apesar da resolução, o Hezbollah continua presente no sul do Líbano e em outubro do ano passado começou a lançar ataques transfronteiriços contra Israel, em apoio ao seu aliado palestino Hamas. 

Na semana passada, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse à AFP que o seu governo estava pronto para reforçar a presença do Exército no sul do Líbano se houvesse um cessar-fogo. 

- Novo giro de Blinken -

Os confrontos nos dois lados na fronteira começaram após a incursão, em 7 de outubro de 2023, de combatentes do Hamas que mataram 1.206 pessoas no sul de Israel, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses e que inclui os reféns que morreram em cativeiro em Gaza.

Das 251 pessoas sequestradas no ataque, 97 permanecem retidas em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo Exército.

O ataque desencadeou a guerra em Gaza que já matou 42.603 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde no território administrado pelo Hamas e considerados confiáveis pela ONU.

Em setembro, Israel expandiu o conflito para o Líbano, prometendo combater o Hezbollah até garantir a segurança da sua fronteira norte, mas o movimento libanês disse que não encerrará sua luta até que seja alcançado um cessar-fogo em Gaza.

Nesta segunda-feira, o grupo anunciou novos ataques contra as tropas israelenses e a agência oficial de notícias ANI anunciou confrontos enquanto o Exército israelense "tenta avançar".

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, iniciará na terça-feira um novo giro no Oriente Médio para tentar impulsionar as negociações e evitar uma escalada regional, depois que Israel prometeu responder a um ataque do Irã com mísseis contra seu território em 1º de outubro. 

A polícia israelense anunciou, nesta segunda-feira, que prendeu sete israelenses acusados de espionagem em nome de Teerã, em "um dos casos mais graves dos últimos anos", segundo o Ministério da Justiça. 

Israel bombardeou filiais da organização financeira Al Qard Al Hassan, ligada ao Hezbollah, a quem acusa de financiar as armas do grupo. 

Os ataques israelenses atingiram a sede da Al Qard Al Hassan nas cidades de Nabatieh e Tiro, segundo a agência de notícias de libanesa ANI.

O Hezbollah seguiu disparando foguetes contra o norte de Israel, que foi alvo de "dezenas de projéteis" na segunda-feira, segundo o Exército israelense. 

O tráfego aéreo foi interrompido brevemente no aeroporto Ben Gurión de Tel Aviv, quando o Exército israelense informou que interceptou cinco drones sobre o mar Mediterrâneo antes de sua entrada em território israelense. 

Depois de ter enfraquecido o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, Israel transferiu a maior parte das suas operações para o Líbano, com o objetivo de permitir que cerca de 60 mil israelenses deslocados pelos bombardeios do grupo xiita voltem para suas casas. 

No entanto, Israel mantém sua ofensiva no território palestino e lançou uma grande campanha aérea e terrestre no norte do enclave palestino em 6 de outubro, com o objetivo, segundo o seu Exército, de impedir o reagrupamento dos combatentes do Hamas. 

Segundo a agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, pelo menos 400 mil pessoas estão "encurraladas" no norte do território palestino.

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© Agence France-Presse

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