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Após novos ataques de Israel contra o Hezbollah no Líbano, EUA negociam fim do conflito em Beirute

21/10/2024 09h13

Israel realizou ataques aéreos contra uma empresa financeira ligada ao Hezbollah no Líbano na segunda-feira (21), enquanto o exército amplia sua ofensiva contra o movimento islâmico apoiado pelo Irã após quase um mês de guerra. O enviado especial dos Estados Unidos, Amos Hochstein, chegou ao Líbano, onde negocia com o presidente do parlamento, Nabih Berri, um influente aliado do Hezbollah e responsável pela negociação de um cessar-fogo.

Bombardeios na segunda-feira em Tyre e Nabatiyeh, duas cidades no sul do Líbano, tiveram como alvo os escritórios da empresa financeira Al-Qard al-Hassan, que está sujeita às sanções dos Estados Unidos, causando "danos imensos", de acordo com a agência de notícias libanesa Ani. 

Relatando "violentos confrontos" entre soldados israelenses e combatentes do Hezbollah, a agência acrescentou que "o inimigo está tentando avançar na frente de Aita el-Chaab", um vilarejo no sul do Líbano na fronteira com Israel. O canal Al-Jazeera transmitiu imagens mostrando tanques israelenses nos arredores do vilarejo. 

No fim de semana, a Força Aérea israelense havia aumentado seus ataques em todo o Líbano, atingindo pela primeira vez os escritórios da mesma empresa nos subúrbios ao sul de Beirute, um dos redutos do movimento xiita, e em Baalbeck, no leste do Líbano. 

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Ampliando sua ofensiva para além dos alvos militares que visava até agora, o exército anunciou na segunda-feira que tinha realizado ataques "em dezenas de instalações usadas" pelo Hezbollah "para financiar suas atividades terroristas contra o Estado de Israel", especificando que tinha como alvo os setores de Beirute e do sul do Líbano e que tinha "atacado profundamente o território libanês". 

No local do ataque, próximo a Beirute, os fotógrafos da AFP viram uma pilha de escombros e metal retorcido. 

A Al-Qard Al-Hassan é uma instituição financeira ligada ao Hezbollah que concede microcréditos em um país onde o sistema bancário tradicional entrou em colapso devido à crise econômica. Ela faz parte de uma rede de associações, escolas e hospitais que ajudaram a formar sua população. 

EUA pretende pôr fim ao conflito "o mais rápido possível"

Amos Hochstein, emissário dos Estados Unidos, chegou ao Líbano na segunda-feira, onde deve se reúne com o presidente do parlamento, Nabih Berri, um influente aliado do Hezbollah e responsável pela negociação de um cessar-fogo em nome do movimento, que tem sido alvo de intensos bombardeios israelenses. 

A autoridade americana iniciou sua visita à capital libanesa na residência do presidente do Parlamento, Nabih Berri, conforme relatado por um correspondente da AFP. O emissário dos Estados Unidos também deve conversar com o primeiro-ministro, Najib Mikati. Hochstein afirmou que Washington quer pôr fim ao conflito entre o Hezbollah e Israel "o mais rápido possível".

Os bombardeios israelenses que começaram em 23 de setembro se transformaram em uma guerra aberta com o Hezbollah. O líder do movimento islâmico xiita, Hassan Nasrallah, foi morto quatro dias depois em bombardeios de violência sem precedentes, reduzindo vários edifícios a escombros.

Reações e reflexos internacionais 

A Alemanha espera que o governo israelense "esclareça todos os incidentes" que afetam a missão de paz da ONU no Líbano (Unifil) e "pediu" na segunda-feira que esclareça a destruição de uma torre de observação e de uma cerca no sul do país.

De acordo com a Unifil, uma "escavadeira" do exército israelense "demoliu deliberadamente" uma "torre de observação e uma cerca" em uma posição dos missionários humanitários no domingo (20), o que causou "a maior preocupação" em Berlim, disse uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em uma coletiva de imprensa.

No campo econômico, o dólar e o ouro se fortaleceram na segunda-feira, com a intensificação dos ataques israelenses no Líbano e a "cooperação" da Coreia do Norte com a Rússia, reforçando a escolha dos mercados por portos seguros. 

"As tensões geopolíticas continuam a estimular o interesse em portos seguros", explicou Frank Watson, analista da Kinesis Money. 

O mercado também espera uma resposta de Israel ao ataque com mísseis realizado pelo Irã em 1º de outubro.  

(Com informações da AFP e agências)

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