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Padre indígena que denunciava violência do narcotráfico é assassinado no México

20/10/2024 16h42

O padre e renomado defensor dos direitos humanos Marcelo Pérez foi morto a tiros neste domingo (20) na cidade de San Cristóbal de las Casas, no estado mexicano de Chiapas (sudeste), informaram as autoridades locais. Depois de celebrar a missa e a caminho de sua paróquia, "dois homens em uma motocicleta atiraram em seu veículo", dentro do qual "o corpo sem vida do padre" foi deixado, disse a promotoria local em um comunicado.

O padre Marcelo Pérez vinha denunciando a crescente violência ligada ao tráfico de drogas em Chiapas, devido à rivalidade entre os cartéis Jalisco Nova Geração e Sinaloa, as duas maiores facções criminosas do México.

O bispo da diocese de San Cristóbal de las Casas, Rodrigo Aguilar Martínez, lamentou em uma mensagem o assassinato de Pérez, de origem indígena e nascido na cidade de San Andrés Larráinzar, em Chiapas. O prelado disse que a Igreja continuará a buscar "paz com verdade e justiça" e anunciou que o funeral do padre será realizado em sua paróquia.

O governador de Chiapas, Rutilio Escandón, disse em sua conta no X que as investigações haviam começado "para que sua morte não fique impune".

Além de seu trabalho religioso, Pérez era um promotor de direitos humanos reconhecido por organizações internacionais e uma das vozes que denunciaram a guerra entre facções de narcotraficantes em Chiapas.

No final de maio, nove pessoas morreram em dois ataques contra candidatos nas eleições gerais de 2 de junho. Em junho, as autoridades mexicanas transferiram para abrigos mais de 4.000 pessoas que foram obrigadas a ficar trancadas em casa, devido a uma onda de violência relacionada com o crime organizado que durou vários dias, na cidade de Tula, a cerca de cem quilômetros de La Concordia.

De acordo com o centro de análise Insight Crime, o conflito está relacionado com o controle de cidades fronteiriças, uma área-chave para o tráfico de drogas e armas, bem como à passagem de migrantes que atravessam o México para chegar aos Estados Unidos.

A violência ligada aos cartéis deixou cerca de 450 mil mortos e mais de 100 mil desaparecidos desde 2006 no México, quando o então presidente, Felipe Calderón (2006-2012), lançou uma ofensiva militar contra o tráfico de drogas.

Com informações da AFP

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