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Nunes e Boulos escalam ataques em debate marcado por questões de segurança

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos em debate da Record - Reprodução
Ricardo Nunes e Guilherme Boulos em debate da Record Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo*

19/10/2024 22h01Atualizada em 19/10/2024 22h01

Os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), que disputam a Prefeitura de São Paulo, subiram o tom em ataques pessoais e tentaram ligar o adversário a casos criminosos em debate da Record, na noite deste sábado (18).

O que aconteceu

Nunes tentou retratar Boulos como extremista em temas de segurança e costumes. O prefeito afirmou mais de uma vez que o adversário defende o fim da Polícia Militar e que estaria "apoiando a bandidagem" por ser a favor da chamada saidinha de presos. Nunes também questionou se Boulos é a favor da liberação de drogas e da legalização do aborto.

Boulos contra-atacou. Ele afirmou que é a favor de polícia armada, mas lembrou que o candidato a vice de Nunes, coronel Mello Araújo (PL), já afirmou que a PM deve fazer abordagens diferentes se a pessoa mora na periferia ou nos Jardins, bairro de alta renda. Sobre aborto, Boulos disse defender que ele possa ser feito conforme a lei — em caso de estupro ou risco à vida da mãe — e lembrou que Nunes encerrou o serviço aborto legal no hospital Vila Nova Cachoeirinha.

O psolista quis ligar Nunes à criminalidade. Ele mencionou que Eduardo Olivatto, chefe de gabinete da secretaria de obras, é ex-cunhado de Marcola, chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital). Na última sexta (18), a Justiça Eleitoral condenou Boulos a dar direito de resposta a Nunes por ligar o prefeito ao caso, porque Olivatto é servidor concursado do município há mais de 30 anos.

Novo jogo de empurra sobre apagão

Os candidatos voltaram a atribuir culpas sobre a falta de luz em São Paulo. Assim como fez no debate da Band, na última segunda-feira (14), e em declarações na semana passada, o psolista voltou a afirmar que a Enel é "a mãe do apagão", e que Nunes é o "pai". O prefeito, por sua vez, acusou novamente o governo federal de não agir contra a concessionária.

Boulos culpa Nunes pela falta de retirada de árvores. Ele mencionou um convênio firmado entre a Prefeitura e a Enel, em junho, que estabeleceu que a gestão municipal é responsável por remover árvores podres, uma função que antes era compartilhada com a empresa. O documento previu, de fato, que a Prefeitura passou a ser responsável pelo serviço.

Nunes rebateu dizendo que esse convênio trata apenas da remoção, e não da poda das árvores. A manutenção regular, segundo lembrou o prefeito, deve ser feita pela Enel quando os galhos estiverem tocando os fios elétricos, devido aos riscos de acidente para os funcionários do município. A informação também é verdadeira, mas a Prefeitura deveria, em tese, fazer a poda antes que os galhos toquem a fiação elétrica.

Boulos voltou a puxar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a crise. Assim como havia feito em sabatina UOL/Folha/Rede TV!, na última quinta (17), o deputado lembrou que a Arsesp, a agência reguladora de serviços públicos do governo estadual, é responsável por iscalizar o serviço da Enel. Nunes rebateu lembrando que apenas a Aneel, a agência reguladora federal, é que pode pedir a caducidade (rompimento) do contrato com a concessionária.

A mãe do apagão, vocês sabem, é a Enel, que presta um serviço horroroso e que eu, como prefeito, vou trabalhar de noite para que não continue em São Paulo. Mas o pai do apagão está aqui do meu lado: Nunes, que é o Ricardo, que não fez o básico, a poda e o manejo de árvores, sobretudo a remoção
Guilherme Boulos

Aqui a gente não quer jogar a culpa para ninguém. Eu quero ver as pessoas com os seus problemas resolvidos. E é por isso que eu fui à Justiça contra a Enel
Ricardo Nunes

Participaram dessa cobertura: Anna Satie, Bruno Luiz, Laila Nery, Rafael Neves e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL

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