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Traficante mexicano 'Mayo' Zambada pode ser condenado à pena de morte

18/10/2024 13h57

O cofundador do Cartel de Sinaloa, o mexicano Ismael "Mayo" Zambada, pode ser condenado à pena de morte nos Estados Unidos depois de ter sido preso em solo americano, embora caiba às máximas autoridades judiciais decidir se a autorizarão, anunciou nesta sexta-feira (18) o tribunal que julga seu caso. 

Zambada compareceu hoje perante o juiz Brian Cogan, que julga o seu caso no Tribunal Federal Leste do Brooklyn. 

Uma nova audiência foi marcada para 15 de janeiro. 

Durante a audiência, a promotoria confirmou ao juiz Cogan que o caso de Zambada é passível de pena de morte, mas esta precisa ser autorizada pelo procurador-geral, equivalente ao ministro da Justiça, antes do início do julgamento.

Caso o procurador-geral autorize a pena capital, a fase penal do julgamento será realizada e o mesmo júri que o declara culpado decidirá se ele deve ser condenado à morte ou à prisão perpétua, confirmaram fontes judiciais à AFP.

O atual procurador-geral, Merrick Garland, decretou uma moratória nas execuções federais pouco após assumir o cargo em 2021, em contraste com seu antecessor no governo de Donald Trump, que executou uma dúzia de pessoas em seis meses.

Garland só alterou essa moratória no início deste ano com o jovem supremacista branco que, em 14 de maio de 2022, matou 10 pessoas negras em um supermercado em Buffalo (norte de Nova York).

O cofundador do Cartel de Sinaloa, Joaquín "Chapo" Guzmán, foi condenado nos Estados Unidos pelo mesmo juiz Brian Cogan à prisão perpétua, uma vez que o acordo de extradição não incluía a possibilidade de pena capital.

Zambada se declarou inocente dos 17 crimes dos quais é acusado pela justiça americana, incluindo organização criminosa continuada, assassinato e tráfico de armas e drogas, em particular o fentanil, um potente narcótico 50 vezes mais forte que a cocaína, responsável por dezenas de milhares de mortes anualmente nos Estados Unidos por overdose.

O narcotraficante mexicano foi detido em 25 de julho no Novo México ao aterrissar em um pequeno avião acompanhado de Joaquín Guzmán López, filho de "El Chapo".

Zambada alegou ter sido vítima de uma emboscada e enganado por Guzmán López, conhecido também como "Chapito", para ser levado à força aos Estados Unidos, e que Guzmán López buscaria vantagens judiciais para si próprio e seus irmãos, cujos casos estão correndo em um tribunal de Chicago, Illinois (norte).

af/dga/dd/aa/jb/mvv

© Agence France-Presse

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