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OPINIÃO

Madeleine: Cultura do acobertamento do assédio precisa ser combatida

do UOL

Colaboração para o UOL

18/10/2024 13h58

Com duas novas acusações de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida na mesa da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, este seria o momento ideal para o governo federal punir possíveis acobertadores de ações do gênero, disse a comentarista do UOL News Madeleine Lacsko nesta sexta-feira (18).

Silvio Almeida disse, por meio de sua defesa, não ter sido comunicado a respeito dos novos casos. O ex-ministro foi demitido após denúncias de assédio feitas para a organização Mee Too Brasil serem divulgadas. A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco falou sobre o caso publicamente depois, confirmando ser uma das vítimas.

Lacsko apontou como o encobrimento de assediadores ocorre de maneira sistemática, até que uma das vítimas denuncia.

Eu já recebi mais de 200 mensagens de mulheres, como procuradoras federais, deputadas, advogadas de grandes políticos, contando situações pelas quais passaram e que decidiram não denunciar para não serem assediadas. Mas todos nós conhecemos pessoas que dizem: 'não entre na sala sozinha com ele.'

Há pessoas que vivem assim há décadas, com todo mundo em volta avisando, mas ninguém tem coragem de abrir a boca, exceto por quem decide falar. No entanto, a cultura do acobertamento ainda é muito forte.

Para ela, o governo falha em não avaliar se, dentro da estrutura do antigo Ministério dos Direitos Humanos e outras pastas, a cultura do silenciamento foi estimulada.

Ali há todo um ecossistema que precisa ser corrigido desde sempre, e seria uma belíssima oportunidade para o governo mostrar que realmente se importa com as mulheres e que está inaugurando uma política para todo o país, visando combater não só o assediador criminal, mas também a cultura do assédio e do acobertamento.

Mas o que vemos é que isso não está sendo feito. Por quê? Porque não se importam com as mulheres, porque são incompetentes. Porque não tiveram a ideia, eu não sei por quê, mas que não está sendo feito, não está.
Madeleine Lacsko

Tales: Rejeição de Boulos se cristalizou com ataques de Marçal

Mais cedo no UOL News, o colunista Tales Faria avaliou que os seguidos ataques realizados por Pablo Marçal (PRTB) ao longo do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo solidificaram a alta taxa de rejeição a Guilherme Boulos (PSOL).

A única possibilidade de virada seria derrubar a rejeição dele próprio. Esse é o principal problema do Boulos. A rejeição não permitiu que os votos que desistiram do Nunes migrassem para ele. Por que essa rejeição? Essa é a grande pergunta.

A hipótese mais aceitável é que essa rejeição esteja cristalizada por conta dos sucessivos ataques do Marçal no primeiro turno, quando ele mirou Boulos. Fez aquelas coisas de droga, de que ele usava cocaína, bateu de todas as formas no Boulos e isso cristalizou uma visão de que ele é invasor de terreno e é de ultraesquerda.
Tales Faria, colunista do UOL

Veja o comentário na íntegra:

Josias: Haddad acerta ao analisar transição do Brasil ao pós-bolsonarismo

O ministro da Fazenda Fernando Haddad faz um diagnóstico preciso da transição do Brasil ao pós-bolsonarismo e ao apontar a necessidade de ajustes no discurso da esquerda, disse o colunista Josias de Souza, também no programa.

O Brasil vive hoje a fase de transição do bolsonarismo ao pós-bolsonarismo e há diagnósticos, alguns muito bem feitos - como esse do Haddad, que indica uma necessidade de ajuste, de aperto de parafusos da esquerda.

Assim como Valdemar Costa Neto [presidente do PL]; o outro lado também sente a necessidade de promover ajustes. Ele disse que a extrema direita alojada no partido dele precisa se aproximar do centro e colocou Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo] no primeiro lugar da fila para 2026.

Quando Valdemar começa a dizer isso em voz alta, é porque já admite Bolsonaro como carta fora do baralho para 2026 e que a extrema direita precisa se achegar ao centro. Assim também com a esquerda, já que é no centro onde está a definição destes dois campos, que estão zonzos. Isso não ocorre só no Brasil; está acontecendo nos Estados Unidos. Josias de Souza, colunista do UOL

Assista ao comentário na íntegra:

Morte de líder de Hamas contradiz ataques de Israel a civis, diz professor

As imagens que mostram o líder do Hamas, Yahya Sinwar, momentos antes de ser morto por soldados israelenses, contradizem a narrativa de Israel sobre os ataques mortes de civis, avaliou Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, já que Sinwar foi encontrado em combate, e não em meio a civis.

A versão que se divulga é que os líderes do Hamas ficam em túneis, com escudo humano. No caso dele, as próprias câmeras de Israel mostraram que isso não é verdade. Ele estava em combate. Então, essa justificativa de morte de civis, mais uma vez, não procede. Esses líderes estão em combate, não estão com escudo humano.
Reginaldo Nasser (PUC-SP)

Assista à entrevista do professor na íntegra:

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

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