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Liam Payne teve surto devido ao abuso de drogas e morreu com 25 lesões no corpo, diz laudo médico

18/10/2024 07h34

Aumenta a quantidade de fãs na segunda noite em vigília em frente ao hotel onde Liam Payne morreu na capital argentina. Jovens se reúnem para se despedirem do ex-integrante do One Direction, mas também para aliviarem a dor coletiva da perda. A Promotoria de Buenos Aires divulgou o resultado preliminar do Corpo Médico Legal.

Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Para a Promotoria da Cidade de Buenos Aires, "tudo indica que o artista estava sozinho no momento da queda e que atravessava um surto devido ao abuso de substâncias".

A queda provocou politraumatismos e hemorragia tanto interna quanto externa. Essas hemorragias aceleraram o desfecho, mas o que causou a morte do cantor foram lesões cranianas, mais especificamente uma fratura na base do crânio. Essas são as referidas "lesões incompatíveis com a vida", segundo os socorristas que chegaram primeiro e ainda tentaram salvar Liam Payne.

O exame toxicológico só deve sair na próxima semana, mas há indícios no corpo, no quarto e em três testemunhos do uso de drogas alucinógenas, combinadas com álcool. Como ainda faltam os diversos exames complementares, a causa da morte está classificada como "indeterminada".

"Os médicos legistas pediram exames histopatológicos, bioquímicos e toxicológicos. Neste ponto, foi requerida a análise do conteúdo do estômago, álcool e tóxicos em sangue, humor vítreo, bílis, nasal e urina para determinar álcool e tóxicos", indicou a Promotoria.

25 lesões e uma queda inconsciente

No total, são 25 lesões provocadas pela queda. Porém, não há marcas nas mãos nem nos braços, o que indicaria movimentos de proteção, ou seja, Liam Payne caiu sem tentar se proteger da queda, indicando um estado de inconsciência, parcial ou total.

"Os médicos legistas não constataram lesões do tipo defensivas e não foram observadas lesões que permitam supor a intervenção de terceiras pessoas", aponta a Promotoria.

Duas mulheres no quarto

A Promotoria aponta que, quando Liam Payne caiu do terceiro andar do hotel, estava sozinho no quarto. Mas a Justiça quer saber sobre outras pessoas que podem ter eventualmente influenciado nas horas antecedentes à morte do cantor.

Por enquanto, foram ouvidas cinco testemunhas: três funcionários do hotel e duas jovens que estiveram no quarto até uma hora antes da tragédia. "A investigação está orientada a determinar a eventual intervenção de outras pessoas nos acontecimentos prévios à morte da vítima", destacou.

Na Argentina, o consumo pessoal de drogas no âmbito privado não está penalizado, mas o fornecimento, sim. A Justiça quer saber quem forneceu as drogas. A suspeita recai sobre algum funcionário do hotel. A resposta pode estar no celular de Liam Payne.

Nas fotos do quarto, aparecem bebida alcoólica, um pó branco que poderia ser cocaína, papeis de alumínio e restos de vela. O papel de alumínio costuma ser usado para formar uma espécie de cachimbo no qual se colocam drogas. O calor da vela acesa por baixo do alumínio ajuda a misturar as substâncias.

Mas faltam ainda os resultados da perícia sobre as drogas encontradas. "Foram apreendidas, no quarto do músico, substâncias que confirmariam uma situação prévia de consumo de álcool e de estupefacientes", diz a nota.

Consumo de drogas não surpreende fãs

Muitos fãs não questionam que a 'causa mortis' tenha sido excesso de drogas. No entanto, lamentam essa perda tão prematura aos 31 anos e que Liam Payne não tenha pedido e, sobretudo, que não tenha recebido ajuda a tempo. Alguns também destacam que o artista deixa uma mensagem implícita sobre o alto risco do uso indevido de drogas.

"A mensagem que esta perda nos deixa é a da importância sobre tratar da saúde mental. Não virar o rosto nem olhar para o lado quando alguém precisa de ajuda. Ele realmente precisava de ajuda", interpreta estudante Antonella Madariaga, 19, em entrevista à RFI.

"A mensagem que eu daria às fãs brasileiras que não podem estar aqui é que voltem a escutar a música deles, do One Direction, mas em comemoração. É uma perda, sim, mas tivemos a felicidade de crescer com essas canções", reflete.

A peregrinação de fãs a essa espécie de santuário improvisado diante do hotel em memória ao cantor britânico é contínua. Na segunda noite de homenagens havia ainda mais gente do que na primeira. Os fãs deixam flores, mensagens e velas, além de cantarem os sucessos da banda como numa catarse coletiva.

"Nas últimas 48 horas, tive muitos sentimentos cruzados: tristeza, não acreditar, recordar o passado, rir, chorar. São muitas lembranças boas. Vamos ficar com isso neste final", contou a vendedora Lucía López, 23, ao exibir um pôster do ídolo pop.

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