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Juízes italianos anulam prisão de migrantes enviados para a Albânia

18/10/2024 10h19

Um tribunal italiano anulou nesta sexta-feira (18) a prisão de 12 solicitantes de asilo na Albânia, transferidos pelo governo de Roma, informaram várias fontes.

A corte invocou uma sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia que menciona os países de origem considerados "seguros" pelos países de acolhida, e concluiu que os migrantes procedentes de Bangladesh e Egito não preenchem os requisitos de prisão previstos no acordo entre Itália e Albânia.

O governo de Giorgia Meloni, líder do partido de extrema direita Fratelli d'Italia (FDI), assinou em 2023 um acordo com a Albânia, que não faz parte da União Europeia, para criar dois centros de acolhimento para que migrantes resgatados no Mediterrâneo possam solicitar asilo. 

Este acordo de cinco anos, com custo para a Itália estimado 160 milhões de euros (cerca de 981 milhões de reais), aplica-se a homens adultos interceptados pela Marinha ou Guarda Costeira italianas em sua área de resgate em águas internacionais. 

O procedimento inclui várias etapas. A identificação é realizada primeiro em um navio militar, depois os migrantes são transferidos para um centro no norte da Albânia, localizado no porto de Shengjin, para nova identificação, e finalmente para outro centro albanês, uma antiga base militar em Gjader. 

Os primeiros 16 migrantes chegaram à Albânia na quarta-feira, mas quatro deles foram imediatamente devolvidos a Itália, dois por serem menores e dois por necessitarem de cuidados médicos. 

A decisão judicial provocou reações e a ONG Sea-Watch Italia afirmou na rede social X que "o espetáculo midiático organizado pelo governo Meloni choca com o direito nacional e internacional". 

O partido da primeira-ministra protestou contra uma decisão judicial que qualificou de "absurda". 

"Alguns magistrados politizados decidiram que não existem países de origem seguros: é impossível repatriar quem entra ilegalmente, é proibido repatriar imigrantes ilegais. Gostariam de abolir as fronteiras da Itália, não permitiremos isso", indicou o FDI no X.

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© Agence France-Presse

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