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Ex-presidente da Apae de Bauru vira réu por morte de funcionária

Roberto Franceschetti Filho, então presidente da Apae de Bauru - Reprodução/Facebook
Roberto Franceschetti Filho, então presidente da Apae de Bauru Imagem: Reprodução/Facebook
do UOL

Do UOL, em São Paulo

18/10/2024 18h06Atualizada em 18/10/2024 18h23

A Justiça de São Paulo aceitou denúncia e tornou réus Roberto Francescheti Filho, ex-presidente da Apae de Bauru (SP), e Dilomar Batista, ex-funcionário da entidade, pela morte de Cláudia Regina da Silva Lobo. A secretária-executiva foi assassinada em agosto deste ano.

O que aconteceu

Roberto foi indiciado pela Polícia Civil na semana passada por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Ele ainda é alvo de outra investigação por supostos desvios realizados na Apae.

No último dia 11, a Justiça acatou ao pedido da polícia e decretou a prisão preventiva. O prazo da prisão temporária expiraria no domingo (13).

Dilomar, que teria ajudado a descartar o corpo de Cláudia, foi indiciado por ocultação de cadáver e fraude processual. O delegado chegou a pedir a prisão dele durante a investigação, mas a Justiça negou.

A Polícia Civil ainda tenta confirmar se os ossos encontrados no local onde o corpo da vítima foi encontrado são de Cláudia Regina. O delegado explicou que a perícia está com "grande dificuldade" devido à condição dos fragmentos encontrados.

O UOL tenta contato com as defesas dos réus. O espaço segue aberto para manifestação.

Sangue em carro

O sangue encontrado no carro onde a funcionária da Apae foi vista pela última vez é dela. A conclusão do laudo foi confirmada ao UOL no mês passado pelo delegado Cledson do Nascimento.

O resultado do laudo reforça o assassinato, segundo o delegado. "É uma prova técnica da materialidade do crime de homicídio, não um mero desaparecimento", disse.

A principal hipótese é de que a morte tenha relação com questões financeiras, afirmou Cledson ao UOL, em agosto. "O próprio Roberto indicou que ele estava fazendo retiradas de valores da instituição e repassando para ela. Temos informações também que ela que o indicou como presidente", disse. A investigação aponta fortes indícios de que o assassinato ocorreu em meio a um "rombo" no caixa da Apae, má gestão da entidade e conflitos de interesse entre os dois.

Imagens de uma câmera de segurança em Novo Jardim Pagani deram "rumo decisivo para a investigação", diz polícia. O vídeo mostra Cláudia deixando o banco de motorista e indo para o banco de trás, onde foi encontrada a maior quantidade de sangue no carro, enquanto Roberto assume o volante.

O presidente da Apae teria dado um tiro na secretária pouco depois de trocarem de lugar no carro. Outras câmeras de segurança mostram Roberto seguindo pela Rodovia Cezário José de Castilho para se desfazer do corpo, de acordo com a investigação.

Defesa de Roberto nega que cliente tenha confessado crime de maneira "formal e muito menos informal". O advogado Leandro Pistelli disse que o cliente nega o crime, e argumenta também que, embora a polícia tenha coletado "fragmentos de ossos" ainda não há "qualquer laudo ou perícia" que os tenha identificado como sendo de Cláudia.

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