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Governo promete crédito de R$ 150 mi a negócios afetados por apagão em SP

do UOL

Do UOL, em São Paulo

18/10/2024 12h43Atualizada em 18/10/2024 13h57

O governo federal informou nesta sexta-feira (18) que abrirá uma linha de crédito de R$ 150 milhões para negócios que tiveram prejuízo com o apagão em São Paulo e na região metropolitana.

O que aconteceu

A medida foi anunciada pelo presidente Lula (PT) em evento em São Paulo. O presidente, que participou do lançamento de um projeto de apoio a microempreendedores, afirmou que a liberação do crédito será feita de forma semelhante à que foi ofertada às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, em maio.

O crédito será aberto apenas para donos de negócios, não para a população em geral. Em seu discurso, Lula disse que pessoas que tiveram perdas domésticas, como produtos na geladeira, também poderiam recorrer à medida. Em entrevista após o evento, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esclareceu que o crédito se destina "apenas a atividades econômicas".

Segundo Haddad, moradores que tiveram perdas em casa devem recorrer à Enel. Os atingidos, segundo o ministro, podem entrar com um pedido junto à companhia elétrica para reposição dos bens perdidos com a falta de luz.

Os recursos deverão ser liberados a partir da semana que vem. Segundo Haddad, o governo enviará ao Congresso uma MP (Medida Provisória) para disponibilizar a verba por meio do FGO (Fundo de Garantia de Operações), a mesma fonte usada para oferecer empréstimos aos atingidos pela enchente no Rio Grande do Sul.

O crédito terá carência de dois anos, diz o governo. Quem fizer empréstimos por essa via poderá começar a pagar a dívida em 48 meses e terá mais 48 para quitá-la.

Nós vamos estabelecer uma linha de crédito para que as pessoas possam se recuperar e viver muito bem. Eu não quero saber de quem é a culpa, eu quero saber quem é que vai dar a solução. E nós queremos encontrar a solução
Lula (PT), em evento em São Paulo nesta sexta (18)

Eu vi vários depoimentos, e vocês devem ter visto, de pessoas que perderam seu estoque. Gente que vendia cachorro-quente e perdeu seu estoque. Não tem como recomprar. Então, com esse programa que, pelo que vi o presidente falando com o Haddad, deve ser lançado ainda no comecinho dessa semana, a gente vai ter a chance de poder fazer essas pessoas utilizarem um crédito diferente, que tem uma carência de dois anos
Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte

Lançamento do Programa Acredita

Lula participou do lançamento de uma iniciativa do governo federal voltada a empreendedores. Ao lado de ministros e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o presidente inaugurou o programa Acredita, que vai lançar linhas de crédito a microempresários de baixa renda, como beneficiários de programas sociais, em parceria com bancos públicos e privados.

O apoio a microempreendedores vem ganhando importância na campanha eleitoral. Em São Paulo, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) admitiu que sua campanha tem dificuldade em conversar com o eleitorado simpático ao discurso do empreendedorismo, que aderiu ao influenciador Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno. No último dia 10, em entrevista à rádio CBN, ele propôs criar na capital o programa "Acredita, Mulher", que seria semelhante à iniciativa federal, mas dirigido ao público feminino.

O presidente vai estar com Boulos em atos de campanha amanhã (19). O presidente e a candidata a vice de Boulos, Marta Suplicy (PT), deverão participar de uma caminhada com o psolista no Grajaú, zona sul da capital. Para a tarde, está prevista uma caminhada em São Mateus, na zona leste.

Os eventos de amanhã deverão ser as últimas agendas de Lula na campanha de Boulos. No domingo (20), o presidente vai viajar para a Rússia para participar da cúpula dos Brics e só deve retornar na sexta-feira (25), antevéspera do segundo turno.

Lula ampliou sua presença em palanques no segundo turno, mas ela ficou aquém do esperado por aliados. Ele esteve em Fortaleza, com Evandro Leitão (PT), e em Natal, com Natália Bonavides (PT), que enfrentam nomes de direita e estão atrás nas pesquisas. Também foi a outras cidades do Nordeste, como Camaçari (BA), mas não deverá fazer campanha com Maria do Rosário (PT), em Porto Alegre, e Lúdio Cabral (PT), em Cuiabá.

Boulos tenta virar jogo na periferia

Boulos tem dito que espera superar Nunes em grandes bairros da periferia de São Paulo. Na última quinta (17), após sabatina UOL/Folha/Rede TV!, ele afirmou que busca ser mais votado do que Nunes no Grajaú e em Parelheiros, na zona sul, na Brasilândia, na zona norte, e em Itaquera, na zona leste.

No primeiro turno, o psolista venceu Nunes em parte da zona oeste, no centro e no extremo da zona leste. Na maior parte da zona leste, porém, Marçal ficou na liderança. Já o prefeito dominou a maior parte dos distritos da zona sul, que costumava ser um ponto forte de Marta, vice de Boulos, no início da década de 2000.

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