Topo
Notícias

Colégio de Samuel Paty, professor decapitado por jihadista na França, levará seu nome

18/10/2024 15h16

O colégio onde o professor Samuel Paty dava aulas quando foi decapitado por um jihadista nos arredores de Paris, em 2020, terá seu nome. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (18), quatro anos depois desse assassinato que comoveu a França. 

"Ao mudarmos o nome do colégio Bois d'Aulne para colégio Samuel Paty, personificamos o ideal francês, a esperança republicana do progresso pelo conhecimento, através do rosto de um homem humilde, dedicado e apaixonado: o rosto de Samuel Paty", disse Pierre Bédier, representante do departamento de Yvelines, onde o colégio está localizado.

Em 16 de outubro de 2020, Abdoullakh Anzorov, um refugiado russo de origem chechena, esfaqueou e decapitou o professor de 47 anos perto de seu colégio em Conflans-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris.

O jovem de 18 anos, que foi baleado pela polícia logo após o crime, decidiu se vingar de Paty após o professor francês ter mostrado caricaturas de Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão. As imagens haviam sido publicadas no jornal satiríco Charlie Hebdo.

Na França, as charges que zombam de figuras religiosas são uma tradição. Em uma mensagem de áudio, o jihadista explicou que o objetivo de sua ação era "vingar o profeta".

O assassinato ocorreu poucas semanas depois que Charlie Hebdo publicou novas caricaturas de Maomé. O jornal foi alvo de um ataque em 2015, quando islamistas armados mataram 12 pessoas na redação do jornal por terem publicado os desenhos de Maomé.

Associações de pais criticam decisão

A decisão de mudar o nome da escola, apoiada pelo conselho municipal, desagradou três associações de pais, que temiam o impacto nos alunos que estavam presentes quando ocorreu o drama.

Em uma carta aberta publicada na quinta-feira, eles lamentaram terem sido excluídos do processo de mudança de nome, que teve sérias consequências para os adolescentes do colégio.   

"As crianças hoje e há 4 anos, que viveram o impensável, foram negligenciadas", diz a carta, enviada ao prefeito de Conflans, ao diretor do estabelecimento e ao diretor acadêmico da região de Yvelines. "Lamentamos que o espírito de comunidade e de coesão esteja tão ausente desse processo", acrescentam as associações de pais. 

Com informações da AFP

Notícias