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Bolsa cai e dólar sobe com menor PIB da China e queda do petróleo

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

18/10/2024 10h15Atualizada em 18/10/2024 12h01

A Bolsa de Valores de São Paulo abriu esta sexta-feira (18) em alta, mas virou para o negativo. Por volta de meio-dia, baixa era menor: 0,17%, com o Ibovespa indo a 131.575 pontos. Dados de setembro da economia chinesa mostram que as medidas de estímulo propostas pelo governo local começaram a surtir algum efeito. Mas o PIB do país está no pior nível desde o afrouxamento das regras de quarentena da covid-19. A queda do petróleo também puxa o índice da Bolsa para baixo.

O dólar subia 0,25%, indo a R$ 5,674. O dólar turismo ia a R$ 5,88.

O que está acontecendo?

A China divulgou nesta sexta-feira (18) o pior resultado de crescimento trimestral em um ano e meio. Mesmo com a série de medidas para estimular o consumo e o setor imobiliário, o Produto Interno Bruto (PIB) do país entre julho, agosto e setembro cresceu 4,6% em termos anuais.

O número veio abaixo do trimestre anterior (4,7%), mas acima da estimativa de 4,5%. E ainda consegue ser mais fraco que no início de 2023, quando a China começava a flexibilizar as severas medidas contra a covid-19.

Início de virada?

No entanto, os números de setembro indicam melhora. As vendas no varejo, por exemplo, aumentaram em setembro. O principal indicador do consumo das famílias teve avanço de 3,2% em termos anuais, após o resultado de 2,1% em agosto, o que representa um sinal promissor. A estimativa era de 2,5%.

O índice de desemprego nas áreas urbanas caiu para 5,1% no mês passado, contra 5,3% em agosto. A produção industrial cresceu 5,4% e superou a previsão de 4,6%. A expectativa fica agora para a reunião de política monetária do BC chinês (PBoC) na noite do próximo domingo (20).

Petrobras

Os preços do petróleo devem ter seu maior declínio semanal desde 2 de setembro, caindo 5,9% nesta semana. Hoje, sexta, a baixa era superior a 1%. Preocupações com a demanda alimentadas por dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) fazem a cotação cair. O valor do petróleo já acumula queda de 10% em 2024 e pode desabar se a Arábia Saudita elevar a oferta.

Com isso, as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) caem. PETR3 ia para R$ 40,23, caindo 0,89%, enquanto PETR4 encolhia 1%, chegando a R$ 36,56.

Dólar

Os números positivos da economia chinesa ajudam moedas emergentes hoje. "Quase todas as moedas emergentes vêm subindo frente ao dólar americano", diz Marcio Riauba, gerente da mesa de operações do banco de câmbio StoneX.

Mas o dólar saiu da casa de R$ 5,40 no fim de setembro para R$ 5,65 esta semana. A alta acumulada é de 4% no período e de 16% no ano. Embora na quinta-feira tenha havido uma pequena recuperação no final do dia, os especialistas dizem que há um ingrediente a mais fazendo pressão para que a moeda americana suba, em vários países: o risco Trump.

As maiores chances de Donald Trump, candidato do Partido Republicano de vencer as eleições presidenciais dos Estados Unidos ajudam a elevar a moeda. O risco de Trump vencer faz o valor da divisa aumentar, já que ela é um investimento considerado seguro. Além disso, a falta de dinâmica da economia chinesa e a possibilidade do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de não cortar juros em novembro põem mais lenha na fogueira.

No Brasil, entretanto, pesa ainda o risco fiscal nessa conta. A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado Federal, projetou um aumento de 12,4% na dívida bruta até 2026, estimando que a dívida pública alcance 84,1% do PIB até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, está em 78,6%. "O mercado aguarda novas sinalizações do governo para entender como será possível o cumprimento da meta do arcabouço fiscal", diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.

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