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Nunes diz ter informação de que Enel tinha 30 equipes na rua durante apagão

Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes após reunião com prefeitos da Grande São Paulo para falar sobre apagão da Enel - Saulo Pereira Guimarães/UOL
Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes após reunião com prefeitos da Grande São Paulo para falar sobre apagão da Enel Imagem: Saulo Pereira Guimarães/UOL
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Do UOL, em São Paulo

17/10/2024 23h09

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira (17) que só havia 30 equipes da Enel para atender a cidade após o apagão da última sexta-feira (11). A concessionária divulgou que colocou 800 equipes na rua.

O que aconteceu

O prefeito voltou a criticar a Enel e disse que é "muito difícil" acreditar na empresa. Em reunião com Prefeitura, governo do Estado e Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta quinta, a concessionária concordou em manter entre 700 e 1.200 equipes nas ruas de São Paulo, como parte do plano de contingência para as fortes chuvas previstas para o fim de semana no Estado.

Questionado se considera o número suficiente, o prefeito respondeu que a empresa tinha apenas 30 equipes trabalhando para solucionar a falta de luz que começou na última sexta. "Só não tenho como comprovar [a informação sobre número de equipes]. Por isso vou colocar câmeras nas garagens, para pegar as placas."

Em nota divulgada no sábado, a Enel disse que mantinha 800 equipes na rua para atender ocorrências relacionadas à falta de luz. Segundo a empresa, isso representava 1,6 mil técnicos em campo. A concessionária também prometeu, na ocasião, aumentar o contingente para 2,5 mil ao longo daquele dia. De acordo com a assessoria de Nunes, cada equipe da Enel conta com dois a cinco técnicos, o que significa que a empresa teria, no máximo, 150 funcionários nas ruas durante a crise.

O presidente da Enel, Guilherme Lencastre revisou números e afirmou que 3,1 milhões de clientes foram afetados pelo apagão. Inicialmente, a empresa divulgou um número menor, de 2,1 milhões de atingidos. Lencastre afirmou nesta quinta também que a crise do apagão se encerrou, apesar de 36 mil clientes ainda estarem sem luz, número considerado normal pela distribuidora de energia.

O governo de São Paulo anunciou nesta quinta um gabinete de crise sobre o apagão e que a Defesa Civil terá agentes dentro do centro de operações da Enel para monitorar atendimento de ocorrências. Segundo Tarcísio de Freitas, as medidas serão para enfrentar as chuvas previstas no Estado. As ações foram acordadas em reunião nesta manhã com a Prefeitura de São Paulo, a Enel e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Veja todas as medidas acordadas com a Enel:

  • Um agente no Smart Sampa e outro no Palácio dos Bandeirantes com acesso às viaturas para monitoramento de equipes;
  • Acesso as ruas sem energia (sistema) e tabela Excel para fazer BI das ruas desligadas;
  • Prefeitura obter os números de placas de veículos da Enel;
  • Rito de informações para os gestores públicos (relatórios detalhados de hora em hora para prefeito e governador);
  • Plano de hospitais, escolas e Unidades Básicas de Saúde (atendimento específico com geradores e priorização de religações);
  • Viaturas dedicadas para o atendimento de ocorrências de árvores da prefeitura.

Nunes nega clima de 'já ganhou' na campanha

Nunes afirmou que o "já ganhou" é a "pior coisa que pode existir". Ele pregou ser preciso trabalhar até o fechamento das urnas em 27 de outubro, dia do segundo turno. "Depois de sair as pesquisas ontem e sair as pesquisas hoje, eu me deparei com muita gente nas ruas falando o seguinte: 'já ganhou' (...) Não existe já ganhou. A gente tem que trabalhar até 17h do dia 27. Estamos falando do futuro do futuro da nossa cidade", declarou na noite desta quinta.

Pesquisa Datafolha mostrou o prefeito 18 pontos percentuais à frente de Boulos. De acordo com o levantamento, divulgado nesta quinta, Nunes aparece na liderança, com 51%, contra 33% do candidato do PSOL, a dez dias do segundo turno.

Levantamento mostrou que apagão na cidade não afetou significativamente intenção de votos do prefeito. Ele oscilou negativamente quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, quando apareceu com 55%, mas Boulos manteve os 33%. Os votos perdidos por Nunes foram para brancos e nulos, que saíram de 10% para 14%.

Nunes afirmou que não vai negligenciar o trabalho como prefeito para ir a debates agradar a imprensa. Ele cancelou a presença no debate promovido nesta quinta pelo UOL, Folha de S.Paulo e RedeTV!.

Nunes justificou a desistência por uma reunião com o governador Tarcísio de Freitas para tratar de chuvas. A equipe de comunicação da campanha de Nunes informou por mensagem, no começo da madrugada de quinta, que ele não compareceria mais ao confronto em razão do encontro, que teria sido agendado de última hora.

A Defesa Civil emitiu alerta para chuvas de até 200 mm no próximo fim de semana no estado de São Paulo. Previsão mostra que estado deve ser atingido por rajadas de vento de até 60 km/h.

"A cidade com o problema que teve sexta-feira, com rajadas de vento, com chuva, milhões de pessoas sem energia. Aí tem uma reunião entre o prefeito de São Paulo, governador, presidente da Enel, presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica, Defesa Civil, é óbvio que, entre campanha e cuidar da cidade, eu vou cuidar da cidade, isso não tem a dúvida. Então, eu tenho muita convicção de que as pessoas sabem da importância de eu estar cuidando da cidade".
Ricardo Nunes, ao falar a jornalistas sobre ausência em debate, após agenda de campanha com mulheres do Terceiro Setor

"O deputado Guilherme Boulos estava sem atividade", retrucou sobre as críticas do adversário por cancelar participação no debate. Com a desistência, o candidato do PSOL foi sabatinado e chamou Nunes de "covarde". "O deputado Guilherme Boulos estava sem atividade, pôde participar, tudo bem. Se tivesse uma votação importante na Câmara, talvez ele não pudesse votar, eu acabei não conseguindo ir", alfinetou Nunes.

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