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Israel continua a atacar sul do Líbano; prefeito está entre os mortos

13.out.2024 - Pessoas verificam escombros de prédio após ataque realizado por Israel em Deir Bella, no Líbano - Khaled Habashiti/Xinhua
13.out.2024 - Pessoas verificam escombros de prédio após ataque realizado por Israel em Deir Bella, no Líbano Imagem: Khaled Habashiti/Xinhua

16/10/2024 05h50Atualizada em 16/10/2024 08h42

O Exército israelense atacou o sul de Beirute na manhã de quarta-feira (16), após as declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que disse na terça-feira (15) se opor a qualquer cessar-fogo "unilateral" no Líbano.

Dois ataques atingiram o bairro xiita de Haret Hreik, no sul de Beirute, no início da manhã, poucos minutos após o Exército israelense ter emitido uma ordem de evacuação desta área suspeita de acolher "interesses" do Hezbollah.

As Forças Armadas israelenses afirmaram ter atacado um armazém de "armas estratégicas pertencentes à organização terrorista".

Ataques aéreos israelenses atingiram Nabatiyeh, no sul do Líbano, na quarta-feira (16), de acordo com a governadora regional Howaida Turk, afirmando que um "anel de fogo" se formou em torno desta cidade, onde Israel e o Hezbollah estão agora em guerra aberta.

Segundo ela, um deles matou várias pessoas, incluindo o prefeito da cidade de Nabatiyeh, a mais importante do sul do país e liderada pelo Hezbollah e seu aliado, o movimento xiita Amal.

"Houve onze ataques, principalmente em Nabatiyeh, mas também nos seus arredores", disse ela informando que "o número de vítimas ainda não foi estabelecido".

No sábado (12), um bombardeio já havia destruído o centro comercial da cidade. Desde que os bombardeios massivos começaram, em 23 de setembro, pelo menos 1.356 pessoas foram mortas no Líbano, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais.

Os Estados Unidos tentaram aumentar a pressão sobre Israel, dizendo que se "opõem" à campanha de bombardeios realizada em Beirute. Washington também ameaçou seu aliado de suspender sua ajuda na ausência de um aumento "espetacular" na assistência humanitária à Faixa de Gaza, que es encontra em seu nível mais baixo, de acordo com a ONU.

Na noite de terça-feira, o Ministério da Saúde libanês informou que nove pessoas foram mortas em ataques israelenses em vários municípios no sul do Líbano. Outro bombardeio israelense a uma cidade no leste do país, na fronteira com a Síria, também deixou cinco mortos, incluindo três crianças, segundo a mesma fonte.

Oposição a cessar-fogo unilateral

Benjamin Netanyahu declarou, na terça-feira, que se opunha a um "cessar-fogo unilateral, que não mudaria a situação de segurança no Líbano" e que "não impediria o Hezbollah de se rearmar e se reagrupar" no sul do Líbano, durante uma conversa telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron.

O Hezbollah afirmou ter disparado "uma grande salva de mísseis" na direção de Safed na madrugada de quarta-feira. Esta é a terceira vez em menos de dois dias que o movimento islâmico ataca esta cidade no norte de Israel. A milícia também disse ter feito lançamentos contra posições de artilharia israelense em Dalton e Dishon (nordeste).

O Exército israelense relatou o disparo de 50 mísseis no norte do país a partir do Líbano, sem mencionar vítimas.

Na terça-feira, o Hezbollah anunciou que tinha como alvo "três escavadoras israelenses e um tanque Merkava" numa aldeia fronteiriça no sul do Líbano e relatou "combates corpo a corpo".

O grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques com foguetes em diversas áreas do norte de Israel, incluindo Haifa e Safed, e afirmou ter abatido dois drones israelenses.

Combatentes do Hezbollah capturados

Na terça-feira, o Exército israelense bombardeou o sul do Líbano, bem como a região de Bekaa, no leste, destruindo um hospital em Baalbek, segundo a agência de notícias libanesa ANI.

"Foi uma noite violenta em Baalbek, não vivíamos uma igual desde a guerra de 2006" entre Israel e o Hezbollah, testemunhou Nidal al-Solh, 50 anos.

O exército israelense afirmou ter capturado três combatentes do Hezbollah no sul do Líbano.

Depois de quase um ano de trocas de tiros fronteiriços com o Hezbollah e após ter enfraquecido o Hamas na Faixa de Gaza, Israel transferiu a frente da guerra para o Líbano em meados de setembro, alegando querer distanciar o Hezbollah da fronteira e pôr fim aos ataques frequentes do grupo, a fim de permitir o regresso ao norte de Israel de cerca de 60.000 habitantes deslocados.

As autoridades libanesas anunciaram na terça-feira que 41 pessoas morreram no dia anterior em todo o país. Pelo menos 1.356 pessoas foram mortas no Líbano desde que os bombardeios massivos começaram em 23 de setembro, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais, que, na verdade, podem ser mais elevados.

A ONU registrou quase 700 mil pessoas deslocadas.

(Com AFP)

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