Topo
Notícias

Bolsa tem estabilidade e dólar sobe: para onde vai o Ibovespa?

do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

16/10/2024 10h16Atualizada em 16/10/2024 12h14

A Bolsa de Valores de São Paulo trabalha nesta quarta-feira (16) em leve alta de 0,15%, com o Ibovespa indo a 131.244 pontos. O mercado repercute o que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse ontem, sobre os pacotes para cortar gastos e a produção da Vale (VALE3).

O dólar estava sendo negociado em alta de 0,05%, indo a R$ 5,660. O dólar turismo ia a R$ 5,88.

O que está acontecendo?

Chegou a hora de levar a sério uma revisão de gastos estruturais no Brasil. Foi o que disse a ministra Simone Tebet na terça-feira (15). O plano é endereçar uma série de medidas em três pacotes. O primeiro deve ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o segundo turno das eleições e enviado ao Congresso Nacional em seguida. Um segundo pacote, mais estrutural, deve ser discutido posteriormente.

Tebet não deu detalhes das propostas. Mas explicou que uma delas tem o potencial de economizar R$ 20 bilhões em gastos. A equipe econômica tem mais de 30 propostas em análise, e o plano inclui uma revisão profunda de políticas públicas ineficientes, que, segundo a ministra, não promovem justiça social.

Vale

A mineradora atingiu a maior produção de minério de ferro desde 2018. Com aumento de 5,5% na produção no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, a empresa alcançou seu maior volume em quase seis anos. Com isso, as ações VALE3 iam a R$ 61,75, com alta de 0,95%.

Impulsionada por melhorias operacionais impulsionam a produção de 90,97 milhões de toneladas entre julho e setembro. As vendas cresceram 1,6%, para 81,84 milhões de toneladas.

Para onde vai o Ibovespa?

A Bolsa brasileira tem andado em cima do muro nos últimos dias. "Se passar os 131.800 pontos é cenário de recuperação, mas se perder os 129.300 pontos, será cenário de baixa no curto prazo", prevê Fábio Perina, estrategista de investimentos em ações do Itaú BBA.

A economia está crescendo mais rápido que o esperado e as ações da Bolsa estão baratas. É o que diz o estrategista do Morgan Stanley, Nikolaj Lippmann. Mas isso não significa que haverá uma alta nas ações, diz ele. "O crescimento econômico é uma má notícia para as ações brasileiras porque sabemos que esse mecanismo gera dívida adicional", afirma.

Ele ainda vê esperança para o mercado nacional, caso a taxa de juros volte a baixar. Historicamente, a Bolsa brasileira entra num período de vacas magras, segundo o estrategista, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) diminui suas taxas e o Banco Central brasileiro aumenta a Selic. "Para haver uma reação é preciso que o Brasil jogue junto com o mundo e que os formuladores de políticas reduzam as taxas de juros", diz Lippmann. "E isso só acontece com responsabilidade fiscal."

Enquanto essa virada fiscal não acontecer, os investidores locais brasileiros estão cada vez mais próximos de chegar ao menor nível de propriedade de ações nacionais. "Agora eles estão menos propensos a adicionar risco aos seus portfólios", diz Lippmann.

E o dólar?

O dólar vem ganhando valor frente a moedas emergentes nos últimos dias. "O cenário externo, a questão da proximidade com as eleições nos Estados Unidos têm pressionado a taxa de câmbio", diz Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank. O último dia de votação é em 5 de novembro. O mercado teme que Donald Trump esteja ganhando vantagem. Além disso, segundo Cristiane, colaboram para alta a perspectiva de que o Fed faça o menor corte de juros possível no próximo mês — ou até mantenha as taxas inalteradas. Soma-se a isso, a economia da china que não reage — o que prejudica países exportadores de produtos básicos, como o Brasil — e, ainda, as tensões no Oriente Médio.

E o dólar?

O dólar vem ganhando valor frente a moedas emergentes nos últimos dias. "O cenário externo, a questão da proximidade com as eleições nos Estados Unidos têm pressionado a taxa de câmbio", diz Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank. O último dia de votação é em 5 de novembro. O mercado teme que Donald Trump esteja ganhando vantagem.

Além disso, segundo Cristiane, colaboram para alta a perspectiva de que o Fed faça o menor corte de juros possível no próximo mês — ou até mantenha as taxas inalteradas. Soma-se a isso, a economia da china que não reage — o que prejudica países exportadores de produtos básicos, como o Brasil — e, ainda, as tensões no Oriente Médio.

Notícias