Reino Unido espera que medicamentos contra obesidade ajudem pessoas a voltarem ao trabalho
O governo do Reino Unido quer contar com novos tratamentos de obesidade para reduzir a pressão sobre o sobrecarregado NHS e ajudar as pessoas a "voltarem ao trabalho".
Em uma reunião de cúpula com investidores internacionais em Londres nesta segunda-feira (15), o governo britânico anunciou um acordo com a gigante farmacêutica Eli Lilly, fabricante de tratamentos populares, para investir £279 milhões (cerca de 2 bilhões de reais na cotação atual) no Reino Unido.
"Esse medicamento será muito útil para as pessoas que precisam perder peso e muito importante para a economia, para que as pessoas voltem ao trabalho", disse o primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer em uma entrevista à BBC.
"Precisamos reduzir a pressão sobre o NHS", um sistema de saúde pública em crise após anos de subfinanciamento, "e isso ajudará", acrescentou.
O acordo prevê a criação de um laboratório próximo a Manchester, que permitirá o estudo da eficácia "real" do tratamento revolucionário da Eli Lilly, o Mounjaro, por cinco anos.
O jornal Telegraph informou que o estudo recrutará 3 mil trabalhadores obesos, desempregados, temporários ou com licença médica para avaliar se o uso do medicamento permite que os pacientes retornem ao trabalho.
De acordo com o ministro da saúde, Wes Streeting, a obesidade custa ao serviço nacional de saúde cerca de £11 bilhões (valor em 80,4 bilhões de reais na cotação atual) por ano, "até mais do que o tabagismo", fazendo com que algumas pessoas desistam de trabalhar e outras "peguem uma média de quatro dias a mais de doença por ano".
De acordo com os dados oficiais de janeiro de 2023, 26% dos adultos na Inglaterra são obesos e 38% estão acima do peso, um dos índices mais altos da Europa.
Cerca de 9,26 milhões de pessoas com idade entre 16 e 64 anos são consideradas "economicamente inativas", ou seja, fora do mercado de trabalho e sem procurar emprego, um número que aumentou no Reino Unido com a pandemia de covid-19.
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