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Negociações sobre as finanças do clima não determinam valores concretos, diz rascunho

15/10/2024 13h56

O mais recente rascunho de um acordo climático da ONU, publicado nesta terça-feira (15), reduz as opções para aumentar o financiamento aos países mais pobres e deixa sem solução a espinhosa questão de quanto deveriam receber. 

As quase 200 nações convocadas para a COP29, em novembro, em Baku, tentam definir uma nova meta de financiamento para substituir os 100 bilhões de dólares anuais (563 bilhões de reais na cotação atual) que os países ricos prometeram para ajudar o mundo em desenvolvimento a enfrentar o aquecimento global. 

Essa meta expira em 2025 e é considerada muito abaixo do que as nações mais vulneráveis ao clima precisam para se preparar para o futuro e reduzir suas próprias emissões que provocam o aquecimento do planeta. 

Os países doadores ricos, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, concordaram em manter o financiamento, mas rejeitaram demandas acima de 1 trilhão de dólares anuais (5,63 trilhões de reais).

Ainda não fizeram uma oferta, mas o Azerbaijão, anfitrião da COP29, indicou na segunda-feira que bilhões de dólares em dinheiro público seriam uma meta "realista". 

O último projeto do acordo de financiamento, publicado pela secretaria da ONU para o clima, refina uma versão anterior ao propor três caminhos diferentes, mas deixa muitos aspectos sem solução. 

A primeira opção apresenta o acordo buscado pelos países em desenvolvimento: que os países ricos e industrializados, os maiores responsáveis pela mudança climática, paguem com os seus orçamentos. 

Isto envolveria pagamentos anuais de até 2 trilhões de dólares por ano (11 trilhões de reais) em "termos equivalentes a subvenções" por um período indeterminado, segundo o rascunho. 

A segunda opção "incentiva" outros países a dividirem o fardo, uma exigência fundamental dos países desenvolvidos, especialmente aqueles que enfrentam pressões políticas e orçamentárias internas. Esta proposta exige a contribuição de "todas as fontes" de financiamento, públicas e privadas. 

A terceira opção propõe uma mistura das duas anteriores. 

A questão de quanto os países ricos estão realmente dispostos a pagar - nenhum valor concreto foi apresentado durante meses de longas negociações - permanece em aberto. 

A UE, o maior contribuinte para o financiamento climático, anunciou sua posição para a COP29 na segunda-feira, mas não propôs um montante. 

No entanto, observou que "o financiamento público por si só não pode fornecer os níveis de financiamento necessários" e que o investimento privado terá de constituir a maior parte. 

O Azerbaijão sediará a cúpula COP29 entre 11 e 22 de novembro em Baku.

bl-jmi/jz/mb/jc/dd

© Agence France-Presse

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