EUA mostram preocupação com relatos de soldados norte-coreanos lutando pela Rússia
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão "preocupados" com relatos de soldados norte-coreanos que estariam lutando pela Rússia na Ucrânia, disse um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy acusou nesta semana a Coreia do Norte de transferir pessoal para as Forças Armadas da Rússia, dizendo que suas agências de inteligência o informaram sobre "o envolvimento real da Coreia do Norte na guerra" na Ucrânia.
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O Kremlin rejeitou a alegação como "fake news".
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Sean Savett, disse que o envolvimento de tropas norte-coreanas na Ucrânia, se verdadeiro, marcaria uma ampliação significativa da relação de defesa entre a Coreia do Norte e a Rússia.
"Tal ação também indicaria um novo nível de desespero para a Rússia, já que ela continua a sofrer baixas significativas no campo de batalha em sua guerra brutal contra a Ucrânia", disse Savett em um comunicado.
Washington afirma que a Coreia do Norte forneceu à Rússia mísseis balísticos e munição. Moscou e Pyongyang negam a transferência de armas, mas prometeram aumentar os laços militares, possivelmente incluindo exercícios conjuntos.
O comandante do Exército dos EUA no Indo-Pacífico, General Charles Flynn, disse em evento em Washington que o envolvimento de pessoal norte-coreano no conflito permitiria a Pyongyang obter feedback em tempo real sobre suas armas, algo que não era possível no passado.
"Isso é diferente porque eles estão fornecendo recursos e -- segundo informações de fonte aberta -- há mão de obra que também está lá", disse ele no Center for a New American Security.
"Esse tipo de feedback de um campo de batalha real para que a Coreia do Norte possa fazer ajustes em suas armas, munições, capacidades e até mesmo em seu pessoal -- para mim, é muito preocupante", afirmou.
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um tratado com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, quando visitou Pyongyang em junho, e disse que o tratado incluía uma cláusula de assistência mútua segundo a qual cada lado concordava em ajudar o outro a repelir agressões externas.
(Reportagem de Jonathan Landay e Michael Martina)