Depoimento de filha levou Cupertino a demitir o advogado durante julgamento
Após demissão durante o julgamento na semana passada, o ex-advogado de Paulo Cupertino explicou que o depoimento da filha do acusado, Isabela Tibcherani, foi o principal motivo para ter sido destituído.
O que aconteceu
O advogado Alexander Neves Lopes contou ao UOL que Cupertino já vinha se exaltando desde o início da reunião. Na última quinta-feira (10), ele passava por um Tribunal do Júri para ser julgado pela morte do ex-ator de ''Chiquititas'' Rafael Miguel e dos pais dele. Com a destituição da defesa, o colegiado foi dissolvido e o julgamento, adiado.
O fato de Isabela não querer depor na frente de Cupertino fez com que entrasse em colapso. Segundo Lopes, o homem começou a gritar e até urinou na cela: "no meio dessa gritaria, disse que eu não era mais o advogado dele'', relatou o advogado ao UOL nesta terça-feira (15).
Defensor tentou explicar que não poderia fazer nada a respeito do depoimento da filha. Isabela havia solicitado ao Tribunal que desse seu depoimento de forma remota antes do dia do julgamento. O pedido foi negado e a Justiça determinou que Cupertino saísse da sala quando ela fosse falar.
''Conversei com ele, mas não tinha jeito'', relatou o advogado. Momentos antes, o réu também se irritou com o fato de estar sendo filmado, acreditando que fossem câmeras da imprensa. Lopes, então, esclareceu que eram equipamentos do próprio Tribunal e que a filmagem fazia parte do protocolo.
Na chegada ao Fórum, o advogado havia pedido ao juiz que Cupertino usasse trajes civis e não fosse algemado. O magistrado acatou a solicitação, mas precisou voltar atrás com as mudanças de comportamento do réu, o que teria enfurecido ainda mais o homem.
O crime
O ator Rafael Miguel e seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, foram assassinados em junho de 2019, em São Paulo. Os três foram baleados após terem ido até a casa da namorada do ator e filha de Cupertino, Isabela Tibcherani. O crime aconteceu na Estrada do Alvarenga, no bairro Pedreira, na zona sul da capital.
Cupertino teria sido o autor dos disparos. Ele era contra o namoro da filha, e fugiu após o crime. No mesmo mês, a Justiça decretou a prisão temporária dele, que um ano depois foi convertida em preventiva.
Suspeito só foi preso em maio de 2022, em São Paulo. Ele passou por mais de 100 endereços em ao menos três países durante a fuga, e foi capturado após uma denúncia anônima.