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Antonio Skármeta, autor de 'O Carteiro e o Poeta', morre aos 83

15/10/2024 15h21

SANTIAGO DO CHILE, 15 OUT (ANSA) - por Patrizia Antonini - O Chile está de luto por Antonio Skármeta Vranicic, autor da famosa obra "O Carteiro e o Poeta", traduzida para mais de 20 idiomas e que inspirou o filme de Michael Radford, última interpretação de Massimo Troisi, com Philippe Noiret.   

A morte do eclético vencedor do Prêmio nacional de literatura de 2014, parte do grupo de autores chilenos que como Isabel Allende e Roberto Bolano alcançaram reconhecimento internacional, foi anunciada pela Universidade do Chile a partir de seu perfil nas redes sociais, lembrando "sua inspiradora carreira que fomentou a leitura e o amor pelos livros".   

Conforme a notícia se espalhava, o país se uniu em torno do autor, nascido em Antofagasta em 7 de novembro de 1940, que também se distinguiu por ter sido embaixador do Chile na Alemanha.   

Para homenageá-lo, o Senado interrompeu a sessão dedicando a ele um minuto de silêncio, enquanto o presidente do Chile, Gabriel Boric, agradeceu Skármeta em uma publicação no Instagram "pelos contos, romances e teatro", além do "compromisso político e por sonhar que a neve queimava no Chile", fazendo menção ao título de uma das obras mais conhecidas do autor ("Sonhei que a neve estava queimando"), escrita em 1975, no exílio, após o golpe de estado que levou Augusto Pinochet ao poder.   

Na cerimônia de despedida no Teatro Nacional do Chile, localizado na capital, compareceram inúmeras autoridades do mundo da política e da comunidade acadêmica.   

"Seu legado e seu compromisso com a cultura chilena continuarão vivos em cada uma de suas obras", disse o Ministério da Cultura.   

Durante os anos de exílio, que Skármeta passou principalmente na Alemanha, onde se uniu a um grupo de intelectuais chilenos e deu vida a uma rica experiência cultural, surgiu o romance "Ardiente Paciencia" que, após a adaptação cinematográfica de Radford em 1994, é mais comumente lembrado como "O Carteiro e o Poeta".   

A obra foi adaptada três vezes para o cinema, mais recentemente em 2022 na Netflix, com os chilenos Vivianne Dietz e Andrew Bargsted nos papéis principais. Mas, no imaginário comum, a Isla Negra do romance permanecerá sempre Procida. E Mario Jimenez, (Mario Ruoppolo na adaptação para o cinema), o carteiro que compartilha a magia da amizade com Pablo Neruda, terá para sempre o rosto de Troisi. (ANSA).   

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