Quando a energia elétrica de SP foi privatizada? Quando a Enel assumiu?
Após o temporal que atingiu cidades de São Paulo na última sexta-feira (11), mais de 500 mil imóveis seguem ser energia elétrica na região —pelo menos 354 clientes seguem sem luz somente na capital, de acordo com boletim da Enel divulgado na manhã desta segunda-feira (14).
Falhas do sistema de comunicação da concessionária fez com que o Procon-SP notificasse a Enel, que precisará esclarecer a falta de eficiência no atendimento ao consumidor e a demora na reativação das redes elétricas danificadas.
Responsável por 70% da distribuição de energia elétrica em território paulista, a Enel atualmente atende cerca de 7,5 milhões de unidades em 24 municípios no estado. Relembre abaixo a linha do tempo da privatização da energia em São Paulo e o início da Enel no estado.
A história
A distribuição de energia elétrica em São Paulo é privatizada desde 1998. O processo de desestatização do setor no estado começou durante a gestão do então governador Mário Covas.
Veja a linha do tempo:
A antiga Eletropaulo, empresa estatal criada em 1981 no governo de Paulo Maluf e responsável pela energia elétrica em São Paulo, foi desmembrada em outras quatro empresas em 1998.
Esse foi o primeiro passo para a privatização. Antes uma empresa só, ela foi destrinchada em companhias menores:
- Eletropaulo Metropolitana, responsável pela distribuição na cidade de São Paulo e na região metropolitana;
- Empresa Bandeirante de Energia, responsável por áreas da Grande São Paulo e de parte da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte;
- Empresa Paulista de Transmissão de Energia, incorporada posteriormente pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista;
- Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), responsável pelo sistema hidráulico estadual.
Após o desmembramento, as empresas passaram a valer R$ 8,2 bilhões, como reportou a Folha de S. Paulo à época, e foram a leilão na então Bovespa.
O lance inicial pela Eletropaulo Metropolitana, a maior e mais rentável das empresas, foi de R$ 2,026 bilhões.
O leilão foi arrematado no dia 15 de abril de 1998 pelo consórcio Lightgás, sendo dividido da seguinte forma: AES Corporation (11,46%), Houston Industries Energy (11,46%), Électricité de France (EDF) (11,46%) e Companhia Siderúrgica Nacional (7,32%).
Em 2001, após a venda das ações da Houston Industries e da CSN para a AES Corporation, a Eletropaulo passou a ser chamada de AES Eletropaulo e permaneceu assim até 2018, quando foi feito um novo leilão para o controle da empresa.
A venda ocorreu no dia 4 de junho daquele ano, na B3. O governo estadual, à época sob gestão de Márcio França, não teve participação nas negociações.
O lance vencedor foi o da Enel, empresa de origem italiana que aceitou pagar R$ 45,22 por ação da Eletropaulo, em um total de 122,79 milhões de papéis da companhia, que possuía cerca de 167,3 milhões de ações em circulação.
Após a homologação da compra, em dezembro de 2018, a AES Eletropaulo foi renomeada para Enel São Paulo, nome que carrega atualmente.
A empresa assumiu o controle de mais de 70% da distribuidora de energia paulista e atualmente atende 7,5 milhões de unidades consumidoras em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo.
A Enel também possui operações de distribuição de energia no Rio de Janeiro e no Ceará.