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Kátya Teixeira comemora 30 anos de carreira com turnê internacional e lançamento de single-manifesto

14/10/2024 13h48

A cantora e compositora paulista Kátya Teixeira está celebrando 30 anos de carreira com uma turnê internacional que passa por vários países da Europa. Depois da Suíça e da França, a cantora e compositora encerra a agenda em Portugal e Espanha. Mas a comemoração não se limita apenas aos shows. Ela lançou recentemente o single "Manifesto", uma homenagem ao poeta e músico chileno Víctor Jara, assassinado após o golpe militar no Chile em 1973.

A ideia de resgatar a canção "Manifesto" de Jara, um verdadeiro testamento artístico, surgiu do envolvimento de Kátya com o movimento Dandô ? uma rede de artistas e mobilizadores que promove encontros culturais entre diversos países da América Latina e Europa, da qual ela é uma das precursoras.

"Eu não canto por cantar nem por ser boa cantora. Canto porque o violão tem sentido e razão", diz Kátya ao se referir aos versos que conectam o legado de Jara à essência da música popular que ela tanto defende. "Escolhi essa canção porque ela expressa exatamente o que fazemos na nossa caminhada artística."

O lançamento mundial de Manifesto foi realizado em setembro, em São Paulo, durante a 7ª edição do evento chileno "MilGuitarras" que celebra a obra e a vida de Víctor Jara. Manifesto ganhou duas versões: uma em português, que tem a participação dos músicos brasileiros Francisco Prandi, Júlio Santin e Bruno Menegatti, e uma versão franco-chilena,"Manifeste" com a colaboração da cantora francesa Marie Villalobo, que fez a tradução e cantou em francês.

Para Katya, essa fusão entre culturas reforça a força da mestiçagem, uma característica central de sua obra: "É a coisa mais bonita que a gente tem no Brasil, essa mistura."

Uma turnê que celebra conexões culturais

Além dos concertos, Katya também está realizando encontros culturais e musicais ao longo da turnê. Na França, por exemplo, ela fez ateliês e gravações com cerca de 150 alunos e professores do Conservatório de Villiers-Sur-Marne, onde desenvolve um projeto colaborativo. "É uma troca rica. Conversamos, trocamos ideias e gravamos algumas canções. São jovens, adultos, todos interessados em conhecer a música popular brasileira e, ao mesmo tempo, compartilhar a deles."

Essas trocas fazem parte da essência da carreira de Kátya, que sempre busca construir pontes entre diferentes culturas através da música. "Aonde a gente chega, trazemos um pouco da cultura brasileira e recebemos a cultura local. É uma convergência que cria algo novo, e isso é o que me move."

Sua turnê inclui não apenas concertos, mas também "aulas-espetáculo", onde ela conta a história da Música Popular Brasileira e fala sobre sua discografia, composta por oito discos e diversos singles. Esses encontros já estão sendo documentados e poderão culminar em um novo álbum ao final da turnê.

A receptividade à música brasileira 

Ao longo dos anos, Kátya notou uma receptividade calorosa ao seu trabalho e à música brasileira no exterior. "Aonde a gente chega com a música brasileira, somos recebidos com um sorriso. As pessoas gostam muito do nosso trabalho."

Ela também valoriza a interação direta com o público, muitas vezes distante nos grandes espetáculos: "Eu tento sempre humanizar essa arte, aproximar o público. Gosto de olhar no olho, de contar as histórias por trás das canções", afirma.

Na Suíça, Kátya fez questão de que suas histórias fossem traduzidas ao público local, criando um diálogo mais próximo com a plateia. "Foi muito interessante porque eles se envolveram profundamente. Tenho sido muito bem acolhida em todos os lugares."

Movimento Dandô: arte e diversidade cultural

Parte importante do trabalho de Kátya Teixeira está ligada ao Dandô, o Movimento de Arte e Saberes Dércio Marques, que ela ajuda a coordenar.

O Dandô é uma rede que reúne artistas de diferentes horizontes e promove encontros culturais, com o objetivo de sensibilizar e valorizar a diversidade das culturas locais e conectar o Brasil com países da América latina e Europa. Segundo Kátya, "a grande força que temos como humanidade é essa diversidade que trazemos de cada lugar."

Em meio às celebrações de seus 30 anos de carreira e a expansão internacional do projeto Dandô, a cantora e compositora reflete sobre a importância de comemorar a trajetória e o que ainda está por vir. "Comemorar faz bem. E é bonito ver o quanto essa caminhada nos levou a tantos lugares e a tantas pessoas."

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